Quarta-feira, 03 de Julho de 2024
Congressos

CFP | Congresso Internacional "Tempos do Barroco: Cenários da mesa"

Início: Fim: Data de abertura: Data de encerramento: Países: Portugal

Chamada para trabalhos, História, História da Arte

Congresso Internacional:

Tempos do Barroco: Cenários da mesa

14, 15 e 16 de novembro de 2024

Vila Nova de Foz Côa, Portugal

 

Call for Papers

Quando se pensa sobre a mesa, é comum associarmo-la imediatamente ao ato de comer, às pessoas que nos acompanham e aos alimentos a serem consumidos. No entanto, a mesa vai para além de um simples móvel de suporte; é um objeto material e conceptual, que desempenha um papel vital na sociabilidade, carregando consigo uma riqueza de significados que ao longo da história tem inspirado diversas abordagens.

A vivência da mesa na época moderna (séculos XVII-XVIII) jogava-se na multiplicidade dos seus sentidos e nos ambientes que se geravam em seu entorno. Desde logo, como objeto do quotidiano nos mais díspares ambientes, do palaciano ao da casa do cidadão comum, que congregava sempre em seu torno um conjunto de personalidades e atividades em que ela era, de alguma forma, o centro.

A mesa palaciana, símbolo do poder de quem a oferecia, suportava variedade e requinte gastronómico, em que estavam bem presentes a estética e a etiqueta.

A mesa é por excelência o lugar da socialização, em que um dos atos mais essenciais à vida se processa e, por tal, reúne duas valências inerentes; a alimentação do corpo e a definição do lugar de cada um na comunidade que habita. É, assim, o lugar mais revelador da vida cultural de uma sociedade e da relação dos homens entre si e consigo próprios.

À mesa, a proximidade física e o confronto com o olhar do outro, proporciona o reforço de laços, mas também de discordâncias. Alianças são firmadas, geram-se amores e desamores, inimigos espreitam.

A mesa ocidental, de inspiração cristã, refletia também a mensagem de Cristo, que nos Evangelhos fez da mesa o local privilegiado de reencontros, partilhas, inclusão e ensinamento. A pintura das várias cenas bíblicas em que Jesus se senta à mesa, seja nas bodas de Canã, em Casa de Marta e Maria, na Ceia em Emaús ou, na mais emblemática de todas, na última Ceia, reforçava o lugar da mesa como o lugar de verdade e de revelação, na qual a função dos alimentos ganha sentido na partilha com o outro.

A mesa, objeto multifacetado e gerador de grande multiplicidade de atividades, ilustra, assim, de forma extraordinária o cerne do viver humano, na serenidade ou na discordância da convivialidade.

 

Propõem-se os seguintes temas, embora se possam aceitar outros relacionados:

  • A Mesa como Objeto: consideração da mesa enquanto peça de mobiliário, nas suas mais variadas funções, como por exemplo: de jantar, de campanha, de jogo.
  • A Mesa do Quotidiano:  a mesa como um espaço de encontro diário, onde rotinas e hábitos alimentares se entrelaçam.
  • A Mesa e o Poder: dinâmicas de poder e hierarquia social, que se manifestam através da distribuição dos comensais à mesa e rituais associados.
  • Vestir a Mesa:  os serviços de porcelana, vidros, talheres, têxteis e outros elementos da composição estética e funcional da mesa.
  • A Mesa e a Etiqueta: normas e convenções sociais que regem o comportamento à mesa em diferentes culturas e contextos históricos.
  • A Mesa e a Alimentação: relação entre a mesa e o espaço culinário, incluindo cozinhas e áreas de preparação de alimentos.
  • A Mesa e a Festa: como a mesa se torna o centro de celebrações festivas (os trajes, o teatro, a dança, fogos de artifício, música e arte efêmera em geral.
  • A Mesa na Literatura: as representações e simbolismos associados à mesa em obras literárias.
  • Olhares Cruzados sobre a Mesa: as práticas interculturais relacionadas com a gastronomia e suas influências mútuas.
  • A Mesa nas Artes Visuais: como foi retratada nas diversas artes, tais como pintura, escultura, azulejaria, têxteis e outras artes decorativas.
  • Virtualização da Mesa: possibilidades de recriação e reinterpretação da mesa barroca através das ferramentas digitais.
  • A Mesa no Cinema: como a mesa tem sido representada e o seu papel em filmes de estética neobarroca.
  • A Mesa Neobarroca: como os princípios estéticos e culturais do Barroco continuam a influenciar representações contemporâneas da mesa.

 

Os resumos devem ter no máximo 300 palavras, referindo objetivos, metodologia e relevância do trabalho para os temas do Congresso.

Breve nota biográfica (máximo de 150 palavras).

Para apresentar uma proposta, enviar um resumo e uma breve nota biográfica para: temposdobarroco@gmail.com.

 

Datas importantes:

Prazo para apresentação de candidaturas: 15 de julho de 2024

Notificação de aceitação: 31 de julho de 2024

 

Comissão Organizadora

Carla Sofia Ferreira Queirós (ESEPP; CITCEM/FLUP)

Margarida Rebocho (ARS LUMINAE)

Maria João Pereira Coutinho (IHA – NOVA FCSH / IN2PAST)

Rui De Luna (Associação Cultural Castilho e Távora)

Sílvia Ferreira (IHA – NOVA FCSH / IN2PAST)

 

Comissão Científica 

Ana Isabel Buescu (CHAM – NOVA FCSH)

Carla Sofia Ferreira Queirós (ESEPP; CITCEM/FLUP)

Caroline Heering (Université catholique de Louvain)

Fátima Eusébio (Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja)

Fernando Quiles García (Universidad Pablo Olavide)

Gonçalo Vasconcelos e Sousa (Universidade Católica Portuguesa-Porto)

Inês de Ornelas e Castro (IELT - NOVA FCSH)

Isabel Drumond Braga (FLUL, CIDEHUS-UÉ; CH-UL)

Jaromir Olsovsky (University of Ostrava, Czech Republic)

Luis Javier Cuesta Hernández (Universidad Iberoamericana, Ciudad de México)

Ricardo Bernardes (Fundação Casa de Mateus)

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