«O povo está com o MFA» - A Revolução dos Cravos, 50 anos depois
Início: ⋅ Fim: ⋅ Data de abertura: ⋅ Data de encerramento: ⋅ Países: Portugal
«O povo está com o MFA» - A Revolução dos Cravos, 50 anos depois
Coordenadores: Maria Inácia Rezola e Lisandro Cañón
A 25 de Abril de 1974, o Movimento das Forças Armadas (MFA) leva a cabo um golpe de estado em Portugal que, em menos de 24 horas, derruba uma das mais longas ditaduras da Europa (Estado Novo, 1926-1974).
Na já abundante literatura sobre o processo revolucionário português existe um relativo consenso quanto à natureza do 25 de Abril, um golpe de estado que o envolvimento popular transforma numa revolução (Ferreira, 1993; Reis, 1994). Da mesma forma, é possível observar uma certa unanimidade no que diz respeito à periodização e principais características das diferentes fases da Revolução.
Apesar destes consensos relativamente à natureza do 25 de Abril e aos ritmos essenciais da revolução, muitos outros aspetos permanecem polémicos. Os estudos sobre o 25 de Abril têm oscilado entre duas linhas interpretativas opostas (Rezola, 2020), entre os que destacam o seu pioneirismo, apresentando-o como um acontecimento precursor da terceira vaga de transições para a democracia (Pinto, 2013), e os que salientam o seu “atraso” filiando-o em movimentos revolucionários do passado (Ferreira, 1993; Martins, 2018).
Num momento em que se aproxima o 50.º aniversário da que ficou conhecida como a “Revolução dos Cravos”, a colectânea «O povo está com o MFA» - A Revolução dos Cravos, 50 anos depois propõe-se reunir estudos que apresentem e expliquem as principais dimensões da Revolução Portuguesa de 1974-1975.
Pretendendo adoptar um registo interdisciplinar e transnacional, os coordenadores apelam a propostas de capítulos originais enquadradas nos seguintes eixos temático (sem prejuízo de virem a ser aceites propostas sobre outros temas ou com outros enfoques):
- Movimentos e iniciativas populares
- Conflitos sociais
- Unidades colectivas de produção e Reforma Agrária
- Partidos, instituições e poder político
- Guerra colonial e descolonização
- Intervenção política dos militares
- Educação, estética e cultura
- Dimensão internacional da Revolução portuguesa
- Legados e impactos (nacionais e internacionais) da Revolução portuguesa
- Práticas e políticas de memória
- Historiografia das Revoluções
Convidamos todas/os as/os investigadoras/es interessadas/os a participar em qualquer um desses tópicos. As propostas devem ser remetidas aos coordenadores (irezola@escs.ipl.pt juliolisandro.canon@gmail.com) até 31 de outubro de 2021 (data final de submissão). É imprescindível que as propostas, cuja extensão máxima é de 700 palavras, tenham um resumo detalhado do escopo do capítulo, assim como a temática e objetivos. A seleção das propostas (double blind review) será orientada pelo propósito de garantir o máximo de qualidade, originalidade e diversidade dos trabalhos. No dia 15 de novembro de 2021 os coordenadores comunicarão quais as dez propostas seleccionadas para fazer parte do livro.
O prazo final para entrega dos textos que integrarão a obra é 28 de março de 2022.