Sexta-feira, 26 de Abril de 2024
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Revista Pluralistas está com chamada aberta para 9º dossiê temático: "Parteiras, benzedeiras e curandeiras"

Início: Fim: Data de abertura: Data de encerramento: Países: Brasil

Chamada para artigos, Género

A experiência de mulheres que partejam, que rezam e que curam remonta a um longo processo histórico, como proposto, fundamentalmente interdisciplinar, cujo impacto retoma práticas ancestrais, experiências pré-profissionais, bem como políticas públicas voltadas às populações vulneráveis, insistentemente invisibilizadas e excluídas, em outras palavras, a história das doenças, das curas e do parto atravessam a história da humanidade. Antonio Celso Ferreira e Tania Regina de Luca, ao apresentarem um histórico sobre práticas médicas empregadas em terras brasileiras entre o período colonial e a modernidade apontam que, antes da institucionalização da medicina, no século XIX, as artes do cuidado eram variadas e mesclavam técnicas e saberes de curas de culturas indígenas e negras com as importadas da Europa e aplicadas por jesuítas nas províncias, revelando a influência de práticas ancestrais na história da saúde, as quais atigem tanto a medicina, quanto a enfermagem. Estudos históricos desvelam também que os muitos conhecimentos que atravessam o cuidado e as artes de cura transcendem de saberes compartilhados entre mulheres de diversas culturas, as quais ocupam funções como parteiras, benzedeiras e curandeiras. Mulheres compreendidas, em muitos momentos históricos, como bruxas, perigosas, subversivas, o que resultou em perseguições e repressões violentas, provocando a marginalização destas personagens e a disseminação de preconceitos. O uso de ervas como remédios, pomadas, chás, usadas em partos, na cura de doenças, mas também na feitura de rituais como rezas e bençãos, atravessam tais práticas e foram registradas em diversos documentos históricos, os quais permitem reconstruir e repensar a história da saúde e das doenças, do cuidado e das artes de cura, da medicina e da enfermagem de maneira interdisciplinar, pois como aponta Norma Marinovic Doro, o campo implica “múltiplas possibilidades de estudos, tais como a ordem médica, as questões relativas à saúde pública, a criação do funcionamento das instituições hospitalares, a legislação, a discriminação, o preconceito, o processo de cura, o imaginário e a produção artística” (2011, p. 135-136). Partindo desta problemática, a Pluralistas – Revista Discente do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas da Universidade Santo Amaro (PPGICH/UNISA), em sua 9ª edição, convida pesquisadores e pesquisadoras em todos os níveis de formação acadêmica a submeterem seus resultados de pesquisas e reflexões que abordem as artes de cura e as práticas do cuidado emergentes dos saberes ancestrais sob diversas perspectivas teórico-metodológicas, visando assim contribuir para este importante campo de reflexão e de prática histórico-social femininamente impactada pela ação de mulheres, ontem e hoje.

As contribuições deverão seguir as normas disponíveis no link https://cisges.wordpress.com/revista-pluralistas/submissao/, com textos encaminhados para o e-mail: pluralistas.cisges@gmail.com. O prazo para o envio se encerra no dia 4 de agosto de 2022, com previsão de publicação para 10 de dezembro de 2022.

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