Revista Devires seleciona artigos para o dossiê Cinema e Escrita de Si
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A revista Devires (ISSN 2179-6483), editada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), seleciona artigos para o Dossiê "Cinema e Escrita de Si". O prazo máximo de submissão é o 6 de março. Os artigos podem ser escritos em português ou espanhol.
A revista Devires - Cinema e Humanidades aceita as seguintes contribuições:
- Artigos e ensaios originais e inéditos;
- Entrevistas inéditas realizadas com diretores, pesquisadores ou teóricos da área de concentração da revista;
- Traduções inéditas de artigos não disponíveis em português, desde que se obtenha a devida autorização para publicação junto aos detentores dos direitos autorais. Para avaliar a inclusão do texto, os tradutores devem enviar também uma cópia no idioma original.
Eixo temático
A produção cinematográfica marcadamente subjetiva, performativa ou realizada em nome próprio, na primeira pessoa do singular, tem problematizado os modos pelos quais a subjetividade contemporânea se constitui na imagem e por meio da imagem. Nesse panorama, a ampliação das possibilidades de produção audiovisual (com o incremento das produções domésticas, dos filmes-diário, dos ensaios audiovisuais, dos documentários performativos e dos relatos testemunhais de todo tipo), somada aos novos modos de circulação, compartilhamento e consumo desses materiais em sites e redes sociais, intensificou e deu novos contornos às formas de constituição e expressão de si no campo da imagem, configurando um heterogêneo e dialógico “espaço biográfico” (Arfuch, 2008).
Corremos contra o tempo para entendermos e nos posicionar frente a um fenômeno cultural, subjetivo e social que aponta para um limite tênue, e muitas vezes problemático, entre o ético e o estético: trata-se de uma exposição de si sem vínculos com a dimensão do comum e do coletivo, ancorada apenas no espetáculo do “show do eu” (Sibilia, 2016)? Ou trata-se de formas de experimentação de si que nos afastam das identidades fechadas e nos colocam frente à dimensão relacional, mutante, inacabada e faltante das subjetividades partilhadas? Com efeito, a inflação ou hipertrofia da subjetividade contemporânea pode ser vista apenas como sintoma do mundo atual, mas pode também resistir a esse mundo, ao interrogar as interseções entre as esferas pública e privada, a história e a memória, o íntimo e o eximo, o pessoal e o político.
A partir dessas questões, o Dossiê “Cinema e Escritas de si” propõe pensar o cinema como experiência sensível que captura, resiste, elabora, reflete, desconstrói, reconstrói e deixa-se atravessar, de diferentes maneiras, por variadas formas de autobiografia e expressão subjetiva. Dedicando-se à análise de um cinema de escrita pessoal (íntima, familiar, doméstica) e de seus procedimentos de linguagem, recursos estilísticos e estratégias formais; ao mapeamento de cineastas e obras; bem como ao estudo das teorias e dos gêneros confessionais (entre eles o documentário performativo, o cinema ensaio, o filme de família, o diário filmado etc.), o Dossiê “Cinema e Escritas de si” visa investigar e interrogar os trânsitos entre os âmbitos público e privado, poético e político, pessoal e coletivo – problematizando o “teor testemunhal” da cultura em uma sociedade mediada pela imagem e tensionando a relação entre as formas da intimidade e os mecanismos de visibilidade, os modos de solidão e as possibilidades de comunhão.
A coordenação do dossiê será feita por Roberta Veiga (editora),Ilana Feldman e Carla Italiano (convidadas).
Mais informações na página da Revista Devires.