Segunda-feira, 15 de Dezembro de 2025
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Chamada de Artigos - Dossiê 2025, vol. 44 - "História da África: interdisciplinaridade, fontes e conceitos"

Data de abertura: Data de encerramento: Países: Brasil

Chamada para artigos, Estudos Africanos, História

Organizadores: Mariana Bracks Fonseca (Universidade Federal de Sergipe) e Dulcídio Manuel Albuquerque Cossa (Universidade de Rovuna, Moçambique)

Prazo de submissão: 01/11/2024 até 31/03/2025 nesse link.

Este Dossiê reunirá trabalhos interdisciplinares, que trazem a intercessão da História com a Antropologia, Linguísticas, Dança, Literatura, que apresentam formas de lidar com os arquivos, memórias, oralidades, que refletem sobre consciência histórica e dimensão humana da produção científica. Com a publicação deste dossiê desejamos oferecer referências teóricas e metodológicas capazes de iluminar conceitos e categorias de análises para avançar o campo de História da África, que podem ser estendido para a História das diásporas africanas.

Na década de 1970 os principais intelectuais africanos se reuniram, sob os auspícios da UNESCO, para afirmar “A África tem uma história”. Diante da negação ocidental em relação ao desenvolvimento histórico no continente, fez-se necessário escrever a longa História da África e para esta monumental empreitada foram definidos quatro grandes princípios: interdisciplinaridade; visão endógena; história dos povos africanos em seu conjunto; e especial interesse nas civilizações, instituições, estruturas, evitando ser meramente factual. (KI-ZERBO, 2010).

Às luzes destes princípios, refletimos sobre a produção acadêmica de História da África no Brasil. Será possível ver a “África por ela mesma”, “a partir de seu interior” desde sua outra margem, o Brasil? (COSTA E SILVA, 2022) Nossa academia está aberta a interdisciplinaridade ou mantemos rígida as fronteiras entre departamentos e saberes?

Este dossiê visa reunir uma qualificada produção sobre África, em sintonia com os valores e conceitos compartilhados pelos sujeitos africanos. Esta proposta surge do Projeto África no Brasil: tecendo redes de solidariedade, coordenado pela professora Dra. Mariana Bracks, financiado pelo edital solidariedade acadêmica da CAPES/2022, que deu a oportunidade da Universidade Federal de Sergipe receber o professor Dr. Dulcídio Cossa como professor visitante, com intuito de promover diálogos com pesquisadores africanos e criar redes internacionais de pesquisa sobre África, uma vez que se percebeu a escassez de referencias teóricos africanos que circulam no Brasil.

É importante aproximar-nos das perspectivas africanas para compreender o mundo contemporâneo e suas transformações, bem como os processos sócio-históricos, culturais, políticos e econômicos que envolvem os sujeitos africanos em diferentes geografias.

Assim, este dossiê vem atender as demandas pela descolonização do campo de História da África, guiado pelos ensinamentos de Ngoenha (1993), que prima pela produção de um conhecimento científico libertário, libertando-o das barreiras entre as ciências humanas e das categorias e conceitos ocidentais. Será um espaço de diálogo intercultural e interdisciplinar, onde autores de diferenciadas áreas de conhecimento estabelecerão um diálogo equitativo, que ampliará o repertório para os estudos sobre a África e suas diásporas. Portanto, uma proposta necessária, relevante, capaz de colocar em prática as relações sul-sul, que possibilitará trocas frutíferas entre intelectuais brasileiros e africanos e contribuirá para a construção de novos paradigmas teóricos e metodológicos concernentes à História da África.


A revista História (São Paulo) é o periódico oficial dos Programas de Pós-Graduação em História da UNESP. A revista contempla um amplo leque de enfoques, temas, recortes espaciais e balizas temporais do campo da História. Com o intuito de garantir a diversidade de abordagens, a Revista apresenta anualmente um dossiê temático e, em fluxo contínuo, artigos de tema livre, entrevistas, comentários críticos de fontes e documentos, além de resenhas críticas. Seu público leitor é formado majoritariamente por universitários provenientes da área de História e das Humanidades em geral.

Há tempos está incluída em diversos indexadores internacionais, tais como ScopusDOAJRedalycSciELO e Latindex, dentre outro. Desde 2018, a revista passou a circular exclusivamente por meio digital, o que gerou uma expressiva ampliação e diversificação do seu público. Atualmente, a Revista é avaliada pela Capes como Qualis A1.

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