Domingo, 28 de Abril de 2024
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Chamada de artigos: 500 anos de Camões: tradição, diálogos e perspectivas

Início: Fim: Data de encerramento: Países: Brasil

Chamada para artigos, Estudos Portugueses, Literatura

500 anos de Camões: tradição, diálogos e perspectivas

Organização: Jonas Leite (UFPE), Paulo Braz (UFRJ) 

Comemorar o quinto centenário de nascimento de Luís de Camões é, como todo trabalho de memória, um movimento de mão dupla: em simultâneo, um olhar para o passado, mas também um debruçar-se sobre o agora. Há, com efeito, muito tempo pretérito nessa conta e é verdade que ao longo dos séculos a poesia camoniana foi acumulando em seu entorno uma vasta tradição de leitura crítica, tornando-se essa obra o monumento canônico que dela fizeram. Mas é igualmente verdade que a poesia, por ser poesia, é “o contrário de uma instituição” (ANDRESEN, 1980), logo, é também aquilo que se recusa à sorridente estabilidade dos discursos oficiais e não se permite dobrar aos oportunismos celebratórios que veem na arte de fazer versos uma confortável ocasião para qualquer coisa muito estranha a essa mesma arte. Por essa razão, a poesia é um compromisso também – e sobretudo – com o presente.

Helder Macedo, notável camonista e leitor de poesia, entende que Camões é um poeta contemporâneo, pois “contemporâneos são todos aqueles com quem vivemos.” (MACEDO, 2017). Mas a atualidade da obra camoniana não resulta tanto do esforço arbitrário de arrancá-la ao seu tempo, como da franca novidade que espontaneamente ela nos apresenta. Lá a vemos na moderna afirmação do desejo e do erotismo de sua lírica amorosa, nas complexas meditações filosóficas dos sonetos e das suas canções, na atormentada consciência histórica d’Os Lusíadas, na fresca e refinada ironia de sua obra dramática.

Por ocasião dos quinhentos anos desse poeta maior da língua portuguesa, a Revista Investigações convida pesquisadores dos estudos luso-afro-brasileiros a se deterem sobre a obra camoniana, considerando-a sob um amplo arco de possibilidades críticas. O dossiê acolherá trabalhos que discutam desde as relações da poesia de Camões com a Antiguidade greco-romana, até estudos de crítica textual; de análises que contemplem a vinculação do poeta com o Renascimento tardio de onde a sua poesia emergiu até estudos trans-históricos que busquem repercutir o legado de sua obra ao longo dos séculos posteriores; igualmente serão bem-vindos trabalhos que lancem um olhar atualizado sobre Camões, com ele promovendo reflexões no território da geopolítica, de questões de gênero, decolonialidades, assim como artigos que estabeleçam diálogos intertextuais entre essa obra e outras de língua portuguesa.

Prazo para submissões: 20 de maio de 2024. 

Link para submissões: https://periodicos.ufpe.br/revistas/INV/index

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