Chamada da Revista Ipotesi: “Uma Nova Região do Mundo”? As Literaturas Francófonas Pós-Coloniais e o Brasil
Data de abertura: ⋅ Data de encerramento: ⋅ Países: Brasil
A Revista Ipotesi, do Programa de Pós-Graduação em Letras da UFJF, está com chamada aberta para o dossiê “Uma Nova Região do Mundo”? As Literaturas Francófonas Pós-Coloniais e o Brasil. O prazo para submissão de propostas vai até 30 de setembro de 2024.
Organizadores desse volume:
- Véronique Bonnet (Université Sorbonne Paris Nord)
- Thiago Mattos (Universidade Federal de Juiz de Fora)
- Henrique Provinzano Amaral (Doutorando - Universidade de São Paulo)
Ementa:
Na esteira das pesquisas dedicadas à produção de uma história literária transatlântica, este número da revista Ipotesi pretende examinar as dinâmicas em jogo entre as literaturas francófonas, consideradas em toda a sua diversidade, e o “Brasil literário”. De fato, no contexto dos Atlânticos, nem todos os espaços geoculturais e literários gozam do mesmo tratamento crítico, e alguns permanecem ainda submetidos a modos de circulação desiguais, razão pela qual a dimensão luso-americana do “Atlântico negro” merece maior consideração. Estaria sendo desenhada, na conjugação do sonho e da política, uma “nova região do mundo”, para retomar as palavras de Glissant? De que “lugares-comuns” ela se nutre e que imaginários suscita? De que maneira participa da renovação dos discursos epistemológicos, das teorias da tradução e da emergência de novas estéticas? Para responder a essas perguntas, poderíamos olhar para a “matéria brasileira” (Bonnet) de que se nutrem obras francófonas - poesia, ensaio e ficção - como as de Césaire, Depestre, Glissant, Monénembo, Alem, Couao-Zotti etc. Uma reflexão em especial poderia ser explorada a partir da relação de Depestre com a literatura brasileira, já que ele mesmo se define como “filho do Caribe, homem do Brasil profundo”. É possível investigar também as formas de diálogos transatlânticos feministas. Por exemplo, Lettres à une Noire (1978), de Françoise Ega, conjunto de cartas ficticiamente dirigidas a Carolina Maria de Jesus. Merece destaque também o interesse de Conceição Evaristo por Maryse Condé, cuja retradução de Moi, Tituba, sorcière noire de Salem (2019) prefaciou. Podemos apontar também o encontro entre Conceição Evaristo e Scholastique Mukasonga, que produziu um entendimento mútuo. Que tipo de convergências feministas surgem a partir daí? Que interação se estabelece entre política, ideologia e estética? Que lugar é dado a gêneros há muito ignorados, como a literatura infantil e o romance ilustrado? Será dada especial atenção, por fim, à circulação e à relação entre conceitos como Negritude, mestiçagem e crioulização.
Eixos
- Antologias, criatividade, cruzamento de saberes
- Epistemologia da tradução/retradução
- História literária transatlântica: o papel da francofonia e da lusofonia
- Literatura juvenil: percepção e condição das minorias
- Metatexto (prefácios, posfácios, discursos críticos…)
- Perspectivas feministas e interseccionais
- Usos e comparação de conceitos
Mais informações no site da Ipotesi.


