Terça-feira, 07 de Maio de 2024
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Chamada da revista Brésil(s): "O popular e o moderno / o local e o global: arte visual brasileira dos anos 1950 aos 1980"

Início: Fim: Data de abertura: Data de encerramento: Países: França

Artes visuais, Chamada para artigos, Ciências Humanas, Ciências Sociais, Estudos Brasileiros

A revista Brésil(s) está com chamada aberta para o dossiê "O popular e o moderno / o local e o global: arte visual brasileira dos anos 1950 aos 1980", a ser publicado em seu nº 19, previsto para maio de 2021. A data limite para submissão de propostas é 31 de março de 2020.

Responsáveis:

  • Ana Magalhães (MAC-USP)
  • Abigail Lapin Dardashti (CUNY)


Nos anos 1950, artistas e críticos brasileiros se concentraram na arte abstrata não referencial, a fim de contribuir para uma estética universal. Na década de 1960, esse discurso se difundiu, no sentido de conciliar tradições locais e arte abstrata e universal de maneira pública e visível. Por exemplo, em 1962, o crítico de arte e poeta Ferreira Gullar ingressou no Centro Popular de Cultura após uma década de trabalho destinado a definir o estilo da arte Concreta e Neoconcreta no Rio de Janeiro. Depois de contribuir com esses estilos, alguns artistas, dentre os quais Hélio Oiticica, Anna Bella Geiger, Lygia Pape e Lygia Clark criaram performances e instalações visando ativar o objeto através do contato corporal e envolveram culturas populares de diferentes partes do Brasil. Enquanto estes tinham a ambição de compartilhar com outros estilos da vanguarda europeia e norte-americana, a iconografia que produziam relacionava-se intimamente com as práticas da arte regional brasileira. Uma resposta ao período de desenvolvimentismo dos anos 1950 – um modelo de desenvolvimento econômico que marginaliza o humanismo na arquitetura, por exemplo, em favor da rápida industrialização –, a inserção da cultura popular na arte de vanguarda brasileira e, particularmente, na abstração após 1960 transformou a representação da identidade do país e também os modos de expressão artística. Isso porque, pela primeira vez, os artistas misturavam arte popular com arte vanguardista.

Este dossiê tem por objetivo estudar as formas específicas de utilização do popular na produção de arte abstrata e moderna, nas coleções de arte, bem como nos princípios inscritos nas exposições e no estudo do tema, dos anos 1950 aos anos 1980, para desvendar as contradições que emergem nas dicotomias do popular e do moderno, do local e do global. Com um foco específico sobre as definições das diferentes tradições populares brasileiras e sua representação nessas décadas, procuraremos compreender o papel dessas diferentes culturas vernaculares na definição da vanguarda e da contemporaneidade durante o período no Brasil.
 
Data limite de submissão: 31 de março de 2020,

Contato: bresils-revue@ehess.fr

Mais informações: https://journals.openedition.org/bresils/


Brésil(s) é uma revista francesa e em francês sobre o Brasil. Editada pelo Centre de Recherches sur le Brésil Colonial et Contemporain (CRBC-Mondes Américains/EHESS), ela é publlicada pelas Éditions de la Maison des Sciences de l’Homme. Brésil(s) recebe o apoio do Institut des Sciences Humaines et Sociales du CNRS. Esta publicação semestral, aberta a todas as disciplinas, busca trazer conhecimento sobre uma pluralidade de temas e abordagens, em particular sob prismas comparativos. Trata-se de (re)colocar o Brasil, sua história, sua sociedade, seus espaços dentro de perspectivas as mais amplas, provenientes de debates teóricos e de pesquisas empíricas capazes de renovar a análise e a compreensão. Cada número comporta um dossiê temático e um Varia, ambos compostos de artigos inéditos.

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