Sexta-feira, 27 de Setembro de 2024
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Chamada da revista Aletria (v. 30, n. 2) – Memória e testemunho em tempos sombrios

Início: Fim: Data de abertura: Data de encerramento: Países: Brasil

Chamada para artigos, Literatura

A revista Aletria está recebendo trabalhos para o seu segundo número de 2020, sobre “Memória e testemunho em tempos sombrios”. Além de trabalhos para seus dossiês, a revista recebe, a qualquer tempo, trabalhos para as seções “Varia”, resenhas e entrevistas. Os textos podem ser em português, inglês, espanhol e francês. Confira a chamada para o dossiê:

 

Chamada: Aletria (v. 30, n. 2) – Memória e testemunho em tempos sombrios

Que tempos são esses, em que
falar de árvores é quase um crime,
pois implica silenciar sobre tanta barbaridade!

(Bertolt Brecht, “Aos que vão nascer”)

O presente dossiê da Aletria: Revista de Estudos de Literatura visa a reunir contribuições de pesquisadores acerca da relação entre memória e testemunho em tempos sombrios. Rememorar é resistir, é resistir ao esquecimento, é resistir à ação do tempo e, sobretudo, é resistir contra o esquecimento programático de atos de violência, seja ela simbólica ou física. Em sua relação com o passado, a literatura sempre revisitou e tem revisitado a história – sobretudo a história oficial, muitas vezes, para “escová-la a contrapelo”, como diria o pensador alemão Walter Benjamin, para iluminar no presente as injustiças cometidas no passado. Todavia, nos dias atuais, nas disputas entre discursos – pensemos em Michael Pollak e na noção de “amnésia comandada” –, rasura e negacionismo trabalham para concretizar tal “amnésia”, a fim de imporem o discurso da “verdade” histórica, uma “história” não a ser relida, mas sim a ser rasurada a partir de um determinado viés ideológico. Podemos, aqui, falar também de “desmemória” ou de “memória confiscada”, conforme propõe o historiador Enrique Serra Padrós. Portanto, resistir a tais discursos que alicerçam políticas de esquecimento programático se torna também um imperativo. Diante disso, serão bem-vindas contribuições que proponham reflexões sobre obras literárias contemporâneas que se referem a regimes ditatoriais, a períodos de políticas autoritárias ou aos impactos do totalitarismo, assim como a eventos históricos violentos, como guerras, extermínios, genocídios, chacinas, entre outros, em diversas formas de manifestação, como a ficção, o testemunho, o testimonio, a autoficção, a crônica ou a correspondência, por exemplo. As leituras das obras escolhidas podem, de acordo com essa perspectiva, lidar com noções como “memória”, “desmemória”, “pós-memória”, “memória subalterna”, “memória subterrânea”, “memória coletiva” e “memória reciclada”. As contribuições podem abordar, entre outros tópicos, as relações entre formas literárias e violência, as especificidades de narrativas sobre desaparecidos políticos, ou as conexões entre memória política e crítica literária.

Organizadores: Prof. Dr. Elcio Loureiro Cornelsen (UFMG), Prof. Dr. Jaime Ginzburg (USP), Prof. Dr. Karl Erik Schøllhammer (PUC Rio).

Prazo para envio de artigos: 31 de outubro de 2019.

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