Sábado, 19 de Outubro de 2024
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Chamada da Revista ALĔRE para edição comemorativa: Centenário de José Craveirinha e Agostinho Neto

Início: Fim: Data de abertura: Data de encerramento: Países: Brasil

Chamada para artigos, Estudos Africanos, Literatura

Chamada para publicação da Revista ALĔRE – Volume 26, 2022/02, do Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários, da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT).

Edição Comemorativa: Centenário de José Craveirinha e Agostinho Neto

Organizadoras:

Profa. Dra. Marinei Almeida (PPGEL/UNEMAT)
Profa. Dra. Larissa da Silva Lisboa Souza (UFRJ)


A constituição da historiografia literária africana de língua portuguesa tem como construção basilar os projetos nacionais que trouxeram importantes nomes de escritores dos países africanos de língua portuguesa. É sabido que alguns desses, além do exercício literário, foram partícipes das lutas pelas Independências de seus países. Nesse âmbito, consagram-se dois nomes fundamentais aos estudos críticos literários, em Moçambique, José Craveirinha (nascido em Lourenço Marques – atual Maputo - a 05 de maio de 1922) e, em Angola, Agostinho Neto (Aldeia de Kexicane, região de Ícolo e Bengo, a 17 de setembro de 1922). Em 2022, ano em que se comemorará os seus centenários de nascimento, a Revista ALĔRE convida pesquisadores para a contribuição de artigos que tratem, sobretudo, de suas obras artísticas.

Com o livro Sagrada Esperança (1974), Agostinho Neto trouxe à literatura angolana o convite para “criar liberdade nas estradas escravas ... criar amor com os olhos secos” (NETO, 1987, p.108) oferecendo ao leitor um diálogo com as experiências de luta contrárias ao processo colonial, a partir do sujeito colonizado que reivindica o seu “pedaço de pão”, como no poema Confiança (NETO, 1974, p.52). Em diálogo com alguns movimentos artísticos, a exemplo da Négritud (LARANJEIRA, 1995), a obra reúne uma série de poemas de diversas datas, ainda durante o período colonial, e tornou-se um dos mais importantes trabalhos artísticos desse escritor. Contudo, outros foram os textos publicados, em diversas revistas e antologias, que muito contribuíram à constituição de um projeto literário nacional.

Em Karingana ua Karingana (escrito entre 1945 a 1968, publicado em 1974), por exemplo, livro que ilustra a potência de um intelectual pela égide de ser um dos maiores escritores moçambicanos e o primeiro poeta africano a ganhar o Prêmio Camões (1991), José Craveirinha recorre aos elementos da oralidade para narrar, através do lírico e sob um ângulo diverso da história oficial colonial, a resistência dos povos que lutam para a sobrevivência e pela liberdade. Evidenciado as experiências de resiliência por um “jeito de contar as coisas/ à maneira simples das profecias” (CRAVEIRINHA, 1974, p.3), mas não de maneira simplista e/ou folclórica na constituição de sua poética. Craveirinha foi se constituindo como um dos pilares da historiografia moçambicana, escritor também de contos, foi jornalista e ensaísta.

Levando em consideração de que quando um escritor escreve, “na verdade é a sociedade que escreve através dele”, pois na sua escrita “está uma confluência da práxis coletivas, desde a específica da série literária até as outras, relativas à sua atividade noutros campos semânticos do trabalho social” (ABDALA Junior, 1989, p.23), a Revista ALĔRE convida para a publicação de artigos que tratem das produções artísticas de Agostinho Neto e José Craveirinha. Serão bem-vindos textos que reflitam tanto a poesia como a prosa dos artistas e estudos que tratem de suas trajetórias políticas, intervencionistas, sob o prisma de seus textos literários.
 

Data do envio: 30 de maio de 2022

Previsão de publicação: Outubro de 2022

Envio pelos E-mails: 

marinei.almeida@unemat.br
lari.lisboa@gmail.com

Mais informações: https://periodicos.unemat.br/index.php/alere/announcement/view/71

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