CALL FOR PAPERS. Dossier monográfico Afrotopias. Ficção científica africana contemporânea

Está aberto o convite à apresentação de propostas para o número 3 da Revista Africanías. Revista de literaturas, uma publicação da Universidade Complutense de Madrid centrada nos estudos literários (incluindo as tradições culturais e artísticas ligadas à produção literária) sobre o continente africano, a sua diáspora e a afrodescendência.

Este número monográfico pretende reunir artigos, traduções e recensões relacionados com o campo da ficção científica escritos por autores e autoras no continente africano (Magrebe e África subsariana) e por afrodescendentes nas diferentes diásporas.

Propõe-se uma série de eixos temáticos possíveis (mas não únicos) nos quais as propostas se podem inscrever:

• Temas, formas e figuras da ficção científica africana contemporânea.
• Diálogos continentais e intercontinentais: Que relações e interinfluências se estabelecem entre as produções de ficção científica no continente africano e nas diferentes diásporas a partir das respetivas línguas e culturas (ficção científica anglófona, francófona, lusófona, em línguas indígenas)?
• Filmes, literatura, banda desenhada, artes visuais e ficção científica africana: que pontes estão a ser construídas entre as diferentes artes?
• Afrofuturismo, africanofuturismo, africanjujuism, afro-otimismo.
• Hibridação na ficção científica africana: permeabilidade e redefinição dos géneros existentes, slipstream.
• Poética da ficção científica africana: tradição e experimentação.
• Ficção científica africana e afrotopia. Como é que as obras de ficção científica africanas contribuem para descolonizar o presente e o futuro de África, afirmando, nas palavras de Felwine Sarr, a sua presença, e contribuindo para a civilização de uma forma criativa e livre, fora da dialética da reação e da afirmação face ao outro?
• Magia vs. ciência? A ficção especulativa africana desempenha um papel importante na redefinição do conceito de ciência em contextos africanos, na opinião de escritores como Wanuri Kahiu e de académicos como Abd El Khadr Hamza, para quem a magia e a sabedoria ancestral constituem uma ciência/ tecnologia alternativa. Na mesma linha, autores como Istvan Csicsery-Ronay Jr. ou Rosi Braidotti veem a ficção científica africana como um campo de experimentação no qual o pós-humanismo crítico ocidental e o humanismo indígena não-ocidental, com as suas ontologias alternativas e os seus próprios mitos, podem encontrar-se e dialogar.
• Que papel desempenham os prémios (Nebula, Nommo, World Fantasy), as revistas criativas (Omenana), o mercado editorial dentro e fora do continente africano no desenvolvimento atual do género?
• As mulheres e a ficção científica africana. Numerosos estudos associam a crescente notoriedade da ficção científica africana à fama de escritoras como Nnedi Okorafor ou Lauren Beukes. Como explicar, por exemplo, a elevada presença de autoras (e de protagonistas femininas) num género tradicionalmente masculino?
• A tradução da ficção científica africana.

Envio de resumos (200-300 palavras) e de uma breve biobibliografia (100-200 palavras) até dia 15 de março de 2025: anai.labra@uah.es.

Data aproximada de notificação da aceitação ou não aceitação da proposta: 21 de março de 2025.

Envio da versão final dos artigos/recensões/traduções: 15 de maio de 2025. Toda a informação sobre a apresentação de propostas está disponível em https://revistas.ucm.es/index.php/AFRI/about/submissions.

Toda a informação está disponível em português, espanhol e inglês na página web da revista: https://revistas.ucm.es/index.php/AFRI/index.