Pós - Revista Brasiliense de Pós-Graduação em Ciências Sociais

Chamada para publicação em dossiê

Estado e Democracia em África: Estudos sobre os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOPs)

Organização:

Dra. Artemisa Odila Candé Monteiro (UNILAB/CE),
Dra. Jucélia dos Santos (UNILAB/BA),
José Manuel Mussunda da Silva (Doutorando – PPGCP/UFRGS),
Braima Sadjo (Doutorando – PPGSOL/UnB),
Isidoro Jacob Valia (Doutorando – PPGSOL/UnB),
Érika Costa Silva (Doutoranda - PPGSOL/UnB).

Até 1880, cerca de 80% do território africano era literalmente governado por seus próprios reis, rainhas, chefes de clãs e de linhagens, em impérios, reinos, comunidades e unidades políticas de porte e natureza variados; especificamente entre 1880 e 1935, a África teve de enfrentar um desafio particularmente ameaçador: o desafio do colonialismo, conforme BOAHEN (2010). No entanto, só a partir da década de 1960 é que boa parte dos países africanos começou a se tornar independente da invasão e da colonização europeia. No caso particular dos países colonizados por Portugal, estes só tiveram as suas independências reconhecidas a partir de 1970, às expensas de décadas de guerras de libertação. Assim, próximas de completar meio século de independência, importa trazer ao debate todo um processo de construção das jovens nações africanas, particularmente no âmbito político.

É nesse contexto que o presente dossiê aborda o marco político dos 50 anos das independências e os 30 anos de democracia das diferentes sociedades que compõem os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOPs): Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe entre o final do século XX e meados do século XXI. Este período assinala o contexto sociopolítico que marca as trajetórias políticas desses países desde as suas independências, seus regimes de partido único e as respectivas transições democráticas.

Entre os países historicamente colonizados por Portugal em África, a Guiné-Bissau foi o primeiro a completar os 50 anos de independência em 2023, sendo que foi o primeiro de Língua Oficial Portuguesa a conquistar sua independência, em 1973. Na mesma linha, seguem-se, em 2025, Angola, Cabo Verde, Moçambique e São Tomé e Príncipe, fechando o ciclo das celebrações dos 50 anos de independência. É neste ensejo que se propõe este número temático, para contribuir com o debate e reflexão sobre os processos históricos - em alguns casos comuns, diversos em outros -, que marcaram as independências e pós-independência, sobretudo a transição democrática nos respectivos países. Temáticas como conquista das independências, formação de Estados nacionais e transição democrática serão tomados como marcos referenciais e objetos de reflexão e análise no presente dossiê. Especificamente, interessa-nos textos/trabalhos que versam sobre (ins)estabilidade governativa; formação de partidos políticos; democratização; tipos de democracia; participação política; crises da democracia; qualidade dos processos eleitorais; relação entre Estado, partidos políticos e sociedade civil; qualidade da democracia; e relação entre política e identidades nacionais (etnia, religião, regionalismo, etc).

Essas e outras temáticas de pesquisa que permitam um estudo comparativo entre as sociedades africanas, em particular os PALOP´s, serão consideradas na seleção de artigos que compõem o presente dossiê.

Receberemos produções nas seguintes categorias: (1) Artigos Científicos; (2) Resenhas; (3) Ensaios Bibliográficos; e (4) Ensaios (Etno)Fotográficos. 

Regras de submissão: 

As submissões devem ser realizadas mediante cadastro na plataforma OJS (Open Journal Systems). Os trabalhos devem ser originais e não estarem sendo avaliados por outra revista, podendo ser escritos em português, espanhol e inglês. Para a submissão é necessário que a produção esteja alinhada com as regras da Revista Pós, através do acesso: https://periodicos.unb.br/index.php/revistapos/about/submissions. 

Prazo de submissão: De 05 de setembro de 2025 até 30 de dezembro de 2025.