Sexta-feira, 03 de Maio de 2024
Publicações

Call for Papers nº 30, 2025, Fotocinema. Revista Científica de Cine y Fotografía

Data de abertura: Data de encerramento: Países: Espanha

Chamada para artigos, Ciências da Comunicação, Cinema, Fotografia, Mulheres

Chamada para trabalhos

O género atrás das câmaras. Mulheres fotógrafas europeias

Submissões abertas de 1 a 30 de setembro de 2024. Data prevista para publicação: janeiro de 2025.

As mulheres participaram na arte da fotografia desde os seus inícios. Foram atraídas para o médium, profissional e pessoalmente, achando-o eficaz e ao seu alcance para ganhar a vida, bem como para expressar ideias e sentimentos. Recentes investigações mostraram que a fotografia ofereceu às mulheres menos barreiras do que as artes visuais tradicionais e, por vezes, o seu reconhecimento até foi mais rápido do que nas outras artes.

Anna Atkins (1799-1871), considerada a primeira fotógrafa do mundo utilizou o cianótipo para fins científicos e ilustrou o primeiro fotolivro. As famosas americanas, as irmãs Allen, tornaram-se conhecidas e abriram um estúdio em 1901. Muitas outras mulheres como Frances Benjamin Johnston (1864-1952), Dorothea Lange (1895-1965), Margaret Bourke-White (1904-1971), Diana Arbus (1923-1971), Annie Leibovitz (n. 1949) Shirin Neshat (n.1957), Francesca Woodman (1958-1981) ou Lorna Simpson (n. 1961), moldaram a sua identidade e o seu trabalho num contexto social e cultural adverso, quebrando tabus e estereótipos. Contudo, e como sugere Naomi Rosenblum (2010), apesar de numerosas, a investigação histórica tornou as mulheres-fotógrafas invisíveis. Também Margarida Medeiros afirma que as mulheres fotógrafas não eram supostas entrarem na história e não entraram (2017).

Nos últimos anos, as mulheres-fotógrafas dos países anglo-saxónicos e da Europa do Norte têm sido objecto de uma certa atenção. Já o mesmo não acontece com as mulheres fotógrafas da Europa do Sul, apesar de algumas exposições em Roma, Lisboa, São Paulo e Madrid terem mostrado fotógrafas como Letizia Battaglia (1935-2022), Esther Ferrer (n.1937), Carmen Calvo (n. 1950) e Isabel Muñoz (n. 1951). No Porto (2016), mostrou-se a pintora e fotógrafa Aurélia de Sousa (1866-1922), realizando-se actualmente sobre ela uma outra exposição (MNSR, 2023). Teses universitárias e novos estudos tentam também superar amnésias. A Fundação Calouste Gulbenkian prepara em Lisboa para 2024, uma grande exposição sobre a jornalista Maria Lamas, que exibirá o seu trabalho fotográfico. E, em Março de 2023 decorreu no Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, uma exposição de Luísa Ferreira (n. 1961). Contudo, as mulheres-fotógrafas amadoras e profissionais permanecem ainda na sombra.

Este número de FotoCinema pretende desocultar contribuições significativas de mulheres fotógrafas europeias, abrangendo especialmente a perspectiva de género, raça e classe, mas também do corpo e da sexualidade. Mulheres fotógrafas, conhecidas ou pouco conhecidas, bem como aquelas que nunca chegaram a ser faladas na arte da fotografia. Porém, também nos interessa as que estenderam as suas práticas fotográficas ao cinema, pois estas têm estado historicamente sub-representadas na profissão. Por isso, consideramos o alargamento das práticas fotográficas a outros media, nomeadamente formas de expressão que cruzem a imagem, o movimento e o som. Assim, pretendemos trabalhos sobre fotógrafas amadoras ou profissionais, que têm utilizado a fotografia como meio de expressão ou, ainda, no trabalho em grandes estúdios de fotografia, de cinema, de televisão ou trabalho em vídeo. São igualmente bem-vindos os modos como as diferentes metodologias da fotografia foram utilizadas: desde o fotojornalismo à fotografia de guerra, fotografia cine-documental, fotografia de rua, fotografia de arquitectura, fotografia colonial e pós-colonial, still photography e imagens em movimento.

Tópicos pretendidos:

- mulheres fotógrafas nos regimes autoritários;
- mulheres fotojornalistas de guerra;
- fotografia e cultura impressa;
- encontros multimediais e materialidades;
- contextos feministas, novas conceptualizações do medium e práticas fotográficas;
- materialidades da fotografia e género;
- mobilidade e migração coloniais;
- utilização de novas tecnologias e sua influência no passado e no presente;
- mulheres-fotógrafas no cinema, televisão e v+ideo; género, desigualdades na profissão, poder e relações sociais;
- desafios aos estereótipos de beleza e feminilidade;
- a reestruturação do retrato, do auto-retrato e da representação da figura e da paisagem;
- exploração das identidades e vivências coloniais;
- questões em torno da sexualidade e do empoderamento;
- novas leituras e contra-histórias.

Referências bibliográficas:
- Calado, Jorge, Au Féminin, Women Photographing Women 1849-2009. Paris, Centre Cuturel Calouste Gulbenkian,2009.
- Krasilovsky, Alexis, Women behind the camera: conversations with camera women. Westport, CT: Praeger Publishers, 1997.
- Marcoci, Roxana, Ourselves: Photographs by Women Artists. New York: MoMA, 2022.
- Margarida Medeiros: as mulheres fotógrafas “não era suposto entrarem na História. E não entraram”. Delas. 2017 (online).
- Raymond, Claire, Women Photographers and feminist aesthetics. New York: Routledge, 2017.
- Rosenblum, Naomi, A History of Women Photographers. New York, Abbeville Press, 2010, 3ª ed.
- Tedesco, Marina Cavalcanti, “Mulheres atrás das camaras: a presença feminina na direção da fotografia de longa-metragens ficcionais brasileiros”. Significação. Revista de Cultura Audiovisual, v. 43 (46), p. 47 – 68, 2016.
- Women Film Pioneers Project. https://wfpp.columbia.edu/essay/women-as-camera-operators-or-cranks/

Coordenação editorial

Filomena Serra (IHC/FCSH/Universidade NOVA de Lisboa)

Caterina Cuccinota (Universidad Rey Juan Carlos em Madrid; FCSH/Universidade NOVA de Lisboa).

 

Instruções para submissão de artigos

links:

https://revistas.uma.es/index.php/fotocinema/index

https://revistas.uma.es/index.php/fotocinema/announcement/view/223


CALL FOR PAPERS
Gender behind the cameras. European women photographers

Women have taken part in the art of photography since its beginnings. Female photographers were drawn to the medium, professionally and personally, as an effective and accessible way to earn a living as well as to express ideas and feelings. Recent research has shown that photography even offered fewer barriers and sometimes swifter recognition to women than traditional visual arts.

Anna Atkins (1799-1871) considered the world's first woman photographer used the cyanotype for scientific purposes and illustrated the first photobook. The famous American Allen Sisters became well-known and opened a studio in 1901. Many other women like Julia Margaret Cameron (1815-1879), Frances Benjamin Johnston (1864-1952), Dorothea Lange (1895-1965), Margaret Bourke-White (1904-1971), Diana Arbus (1923-1971), Annie Leibovitz (b. 1949) Shirin Neshat (b.1957), Francesca Woodman (1958-1981) or Lorna Simpson (b. 1961), shaped their identity and their work in an adverse social and cultural context, breaking taboos and stereotypes. However, as Naomi Rosenblum (2010) argues, despite the large number of women photographs, historical research rendered them invisible. As the photo historian Margarida Medeiros points out, women photographers were not supposed to enter history and indeed did not (2017).

Notwithstanding, in recent years women photographers from Anglo-Saxon countries and Northern Europe have been the subject increasing attention. The same, however, does not apply to women photographers from Southern Europe, although exhibitions in Rome, Lisbon, São Paulo and Madrid have featured photographers such as Letizia Battaglia (1935-2022), Esther Ferrer (b. 1937), Carmen Calvo (b. 1950) and Isabel Muñoz (b. 1951). In Porto, the painter and photographer Aurélia de Sousa (1866-1922) was shown (2016), and another exhibition of her work is currently being held (MNSR, 2023). University dissertations and new studies are also attempting to overcome this amnesia. The Calouste Gulbenkian Foundation is preparing a major exhibition in Lisbon for 2024 on the journalist Maria Lamas (1893-1983), which will include her photographic work. And currently, in March 2023, an exhibition by Luísa Ferreira (b. 1961) is being held at the Museu do Neo-Realismo, in Vila Franca de Xira. However, amateur and professional women photographers still remain in the shade.

This FotoCinema issue aims to uncover significant contributions from European women photographers, covering especially the perspective of gender, race and class, but also of the body and sexuality. Women photographers well known, little known or entirely ignored in histories of photography. We are also interested in those figures who extended their photographic practices to film since, historically, they have been under-represented in the profession. Therefore, we will consider the extension of photographic practices to other media, particularly forms of expression that cross image, movement and sound.

Thus, we intend to publish articles on women photographers who have used photography as a means of expression, either as amateurs or professionals, as well as on those working in large photography, film, television or video studios. We also welcome different methodologies of photography: from photojournalism to war photography, film-documentary photography, street photography, architectural photography, colonial and post-colonial photography, still photography and moving images.
 

Intended topics:
- Women photographers in authoritarian regimes;
- women war photojournalists; women travellers;
- photography and print culture;
- multimedial encounters and materialities;
- feminist contexts and new conceptualisations of the medium and photographic practices;
- fotographic materialities and gender;
- colonial mobility and migration;
- use of new technologies and their influence in the past and present;
- women-photographers in film, television and video; gender, inequalities in the profession, power and social relations;
- challenges to stereotypes of beauty and femininity;
- the restructuring of the portrait, the self-portrait and the representation of the figure and landscape;
- exploration of colonial identities and experiences;
- issues around sexuality; new readings and counter-histories.
 

Bibliographic references
- Calado, Jorge, Au Féminin, Women Photographing Women 1849-2009. Paris, Centre Cuturel Calouste Gulbenkian,2009.
- Krasilovsky, Alexis, Women behind the camera: conversations with camera women. Westport, CT: Praeger Publishers, 1997.
- Marcoci, Roxana, Ourselves: Photographs by Women Artists. New York: MoMA, 2022.
- Margarida Medeiros: as mulheres fotógrafas “não era suposto entrarem na História. E não entraram”. Delas. 2017 (online).
- Raymond, Claire, Women Photographers and feminist aesthetics. New York: Routledge, 2017.
- Rosenblum, Naomi, A History of Women Photographers. New York, Abbeville Press, 2010, 3ª ed.
- Tedesco, Marina Cavalcanti, “Mulheres atrás das camaras: a presença feminina na direção da fotografia de longa-metragens ficcionais brasileiros”. Significação Revista de Cultura Audiovisual, v. 43 (46), p. 47-68, 2016.
- Women Film Pioneers Project. https://wfpp.columbia.edu/essay/women-as-camera-operators-or-cranks/

Coordination:

Filomena Serra (IHC/FCSH/Universidade NOVA de Lisboa)

Caterina Cuccinota (Universidad Rey Juan Carlos em Madrid; FCSH/Universidade NOVA de Lisboa).

Instructions for article submission

links:

https://revistas.uma.es/index.php/fotocinema/index

https://revistas.uma.es/index.php/fotocinema/announcement/view/223

Informação relacionada

Enviar Informação

Mapa de visitas