Eusébio Sanjane é o vencedor da 9.ª edição do Prémio Imprensa Nacional/Eugénio Lisboa
Países: Portugal
O escritor moçambicano Eusébio Sanjane é o vencedor da 9.ª edição do Prémio Imprensa Nacional/Eugénio Lisboa, com o romance inédito As 12 Caixas do Império, apresentado sob o pseudónimo Madlhaia Nhoca.
Segundo a deliberação do júri — composto por Lucílio Manjate (presidente), Sara Jona e Paula Mendes — a obra distingue-se pela atualidade da intriga, desenvolvida entre Londres, Lisboa e Maputo, e pela forma como articula ficção histórica e memória política recente de Moçambique e Portugal. O romance aborda, de modo central, a problemática da restituição histórica a partir da descoberta de arquivos da PIDE/DGS relativos a crimes cometidos em Moçambique, atualmente conservados na Torre do Tombo, em Lisboa.
Natural do bairro de Chamanculo, em Maputo, Eusébio Sanjane é licenciado em Ciência Política pela Universidade Eduardo Mondlane e mestre em Gestão Estratégica de Recursos Humanos pela Universidade Politécnica. Iniciou o seu percurso literário em 2006, com Rosas e Lágrimas, tendo publicado posteriormente, entre outras obras, Frenesim: Poesia em Pétala de Lume (2017), Anatomia do Vazio e Arquivo Morto – As cartas de uma guerra que não acabou (2025).
O júri atribuiu ainda uma menção honrosa à obra Nhatua: o sapatear de um buraco do terceiro mundo, de Pedro Mucheu, destacando o seu carácter alegórico e os traços distópicos e kafkianos na representação da realidade social e política moçambicana.
Criado em 2017 pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda, em parceria com o Camões – Centro Cultural Português em Maputo, o Prémio Imprensa Nacional/Eugénio Lisboa tem como objetivo distinguir obras inéditas de elevada qualidade no domínio da prosa, promovendo a língua portuguesa e a criação literária moçambicana. O galardão inclui um prémio pecuniário de cinco mil euros e a publicação da obra vencedora pela Imprensa Nacional.
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