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2º seminário do Ciclo Críticas Coloniais em Perspectiva Brasileira

Início: Países: Portugal

Estudos Brasileiros

2º seminário do Ciclo Críticas Coloniais em Perspectiva Brasileira

Data: 3 de dezembro de 2021

Horário: 15h de Portugal - 11h horário de Brasília

Tema: "Da democracia racial ao luso-tropicalismo: os mitos da colonialidade e o legado contemporâneo". 

 

Estão abertas as inscrições para o seminário "Da democracia racial ao luso-tropicalismo: os mitos da colonialidade e o legado contemporâneo", a realizar-se no próximo dia 3 de dezembro, pelas 15h (PT) em modalidade on line. O painel ocorre por iniciativa do Grupo de Estudos Brasileiros (GEB) vinculado ao Programa Doutoral em Modernidades Comparadas; Literaturas, artes e culturas da Universidade do Minho (Uminho), e irá discutir de que forma os mitos, surgidos inicialmente como importantes conceitos das ciências sociais através do papel desempenhado pelo sociólogo Gilberto Freyre, e popularizados entre os anos 1930 e 1974 no Brasil, África e Portugal, converteram-se em dispositivos de proteção e manutenção do legado da colonialidade na contemporaneidade.

Para isto, foi convidado o Professor Doutor Mário Medeiros para debater o tema a partir das perspectivas gerais da crítica brasileira no que tangem os estudos sobre as consequências dos processos de colonização. No Brasil e em boa parte do continente sul americano, o termo “descolonial” e a crítica “anti-colonial” ou “contra-colonial” são hoje mais usuais do que o “pós-colonial”, predominante no continente europeu. Isto porque embora a história colonial oficial compreenda o período do século XVI ao século XIX, é consensual nos estudos literários, artísticos, culturais, políticos e sociológicos brasileiros que, ainda que a independência política do País tenha ocorrido, o empreendimento colonial nunca foi superado e opera efetivamente no pensamento social e cultural assim como na estrutura econômica, moldando as relações de poder nos dias atuais

Esta é a segunda atividade do Ciclo de Seminário de Críticas Coloniais em Perspectiva Brasileira, estrutura permanente criada pelo GEB para contribuir com a divulgação das epistemologias produzidas pela crítica colonial no Brasil e América Latina no espaço académico portugués. Neste ciclo, a proposta é olhar para este legado colonial a fim de ampliar a compreensão dessas consequências, integrando a comunidade acadêmica que se interesse por esse debate feito a partir da teoria crítica desenvolvidas no Brasil.

 

O convidado:

Nascido em São Paulo, Mário Augusto Medeiros da Silva transita entre o mundo da literatura e da produção acadêmica. Possui graduação em Ciências Sociais (2003) pela Universidade Estadual de Campinas, mestrado (2006) e doutorado em Sociologia (2011) pela mesma Instituição, onde também atua como docente. Tem experiência na área de Sociologia, com ênfase em Teoria Sociológica, atuando sobretudo com as temáticas Pensamento Social Brasileiro, Literatura e Sociedade e Intelectuais Negros. O professor e escritor se dedica, também, ao estudo de associações negras, em especial no século XX, buscando compreender a formação de processos sociais em que seja possível entender o protagonismo negro em consonância com a luta antirracista. Para o autor, a circulação da literatura afro-brasileira durante o século XX está em ligação às atuações das associações e imprensas negras.

O interesse de Mário Medeiros por essa temática remonta à sua tese de Doutorado, em que pesquisou a forma como escritores negros brasileiros buscaram estabelecer um sistema literário e ganharam atenção da sociedade nas décadas de 1960 e 70, em relação, também, com autores negros periféricos que produziram durante os anos 80 a 2000. O amplo estudo não só analisa a produção literária desses escritores à margem do mercado editorial hegemônico, como também traça os pontos de contato e a influência dos movimentos negros e das ciências sociais nesses circuitos de produção e consumo da literatura periférica. Assim, uma gama de nomes de extrema importância é analisada, como João da Cruz e Souza, Carolina Maria de Jesus, Paulo Lins, Ferréz e o coletivo de autores negros Quilombhoje.

Recebeu, em 2013, decorrente da qualidade e impacto do seu trabalho de doutorado, o Prêmio para Jovens Cientistas Sociais de Língua Portuguesa, do Centro de Estudos Sociais da Universidade Coimbra. Sua tese deu fruto ao livro A descoberta do insólito: literatura negra e literatura periférica no Brasil, publicado pela editora Aeroplano em 2013, publicação finalista do Prêmio Jabuti de 2014 na categoria Ciências Humanas. Em 2015, participa como coautor do livro de ensaios Polifonias marginais, publicação que se volta sobre a interseção de conhecimentos e elementos envolvendo a literatura periférica brasileira. Ainda nessa linha de estudo e pensamento, participa também como organizador do livro de artigos Rumos do Sul, periferia e pensamento social (2018).

Inscrições: https://forms.gle/b7s6CwDo1khKMEjT9 

Contacto: gebuminho@gmail.com

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