Sexta-feira, 26 de Abril de 2024
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XIII Colóquio da Secção Portuguesa da Associação Hispânica de Literatura Medieval

Início: Fim: Data de abertura: Data de encerramento: Países: Espanha, Portugal

Chamada para trabalhos, Estudos Orientais, Literatura

XIII Colóquio da Secção Portuguesa da Associação Hispânica de Literatura Medieval — AHLM
Limiares homem / animal na literatura e na cultura da idade média
Mosteiro de Tibães, Braga, 4-5 junho 2020

Apresentação

Durante séculos, uma corrente dominante no pensamento ocidental sedimentou uma tradição antropocêntrica. O mesmo é dizer um modo de perspetivar a realidade, com as suas crenças, normas, expectativas, etc., instituidora da autonomia do homem em relação à natureza. Como é, igualmente, sabido, esta corrente dominante não impediu (ou até, porventura, explica) a existência, em paralelo, de uma contracorrente: aquela pela qual, enfatizando-se o vivente sobre o logos e a ratio, o homem na natureza é pensado a partir do postulado de um mesmo e único solo ontológico.

Na nossa contemporaneidade, pautada pela expansão radical da Razão tecnológica, por migrações, pela globalização, para não falar na quebra de consensos ético-morais, a crise ecológica, sem precedentes, agudizou, seguramente, a tomada de consciência da fragilidade do vivente e, por extensão, a nítida perceção da interdependência de todos os habitantes da Terra-Archè. Razão pela qual nas últimas décadas se tem assistido a uma notória ênfase dos estudos sobre animais e animalidade em diversas áreas. Nomeadamente no domínio dos estudos literários, particularmente abertos a conceitos e propostas de leituras provenientes dos animal studies e da zoopoética. Não é preciso dispor de especial clarividência crítica para se perceber o alcance heurístico e hermenêutico de repensar criticamente o statu quo ontológico, em sede de existentes textuais literários, participando no grande debate contemporâneo em torno da redefinição do humano.

Assim, o propósito do Colóquio consiste em convidar os investigadores em literatura medieval a revisitarem o seu objeto de estudo à luz da relação humano-animal, encarada menos como fronteira e descontinuidade do que como limiar e continuidade. Francisco de Assis, convirá recordar, proclamava a comunidade das criaturas e a irmandade das espécies. Sem dúvida a mais ilustre representante da contracorrente do pensamento ocidental na Idade Média, a mensagem franciscana, cuja atualidade se afigura premente, é poderosamente inspiradora de renovados enfoques da animalidade, incluindo a humana, na literatura e no imaginário medievais. É o caso, a título de exemplo, da alegorização antropomórfica dos animais nos bestiários, na heráldica, na astrologia, e das reconfigurações literárias destes simbolismos. Motivos e figuras como a caça (tipicamente centrada na perseguição da presa incapturável que atrai o caçador a um encontro erótico), o homem selvagem, a ondina, a mutação licantrópica, a zoofilia, configuram uma problemática dos limiares humano-animal que merece ser (re)examinada com atenção por várias disciplinas.
Submissão de propostas

Convidamos os colegas medievalistas a vir debater este tema, onde se encontram e desencontram a sensibilidade medieval e a contemporânea, no magnífico e inspirador cenário do Mosteiro de São Martinho de Tibães.

Aguardamos até ao dia 1 de novembro de 2019 as vossas propostas de comunicação, sob a forma de um resumo de 200-300 palavras, acompanhado de uma breve nota biobibliográfica, para o email spahlm2020@gmail.com

Lembramos que as comunicações não ultrapassam os vinte minutos e que as línguas de trabalho são as línguas ibéricas, francês e inglês.

Calendário

  • 1 de dezembro: date limite para a resposta da Organização
  • 1 de fevereiro: data limite para inscrição no Colóquio
  • 1 março: comunicação do programa provisório
  • 1 de maio: comunicação do programa definitivo
  • 4-5 de junho: Colóquio

Mais informações na 1.ª Circular, em anexo e no site da Associação Hispânica de Literatura Medieval — AHLM.

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