Correntes pós-coloniais em história da arte, museologia e arqueologia latino-americanas
Data de abertura: ⋅ Data de encerramento: ⋅ Países: Brasil
Arqueologia, Chamada para trabalhos, Estudos Luso-Brasileiros, Estudos Pós-Coloniais, História da Arte, Museologia
IV Simpósio Internacional Pensar e Repensar a América Latina
II Congresso Internacional Pensamento e Pesquisa sobre a América Latina
Campus USP | Butantã, São Paulo, Brasil | 04 a 08/11/2024
Chamada para simpósio Temático
1 Área temática: Arte e Pensamento na América Latina
1.1 SP 1 – Correntes pós-coloniais em história da arte, museologia e arqueologia latinoamericanas
Coordenação: Tatiane de Oliveira Elias, Fernando Scherer, Pedro Luís Machado Sanches
Ementa: O objetivo do seminário é abordar correntes pós-coloniais da história da arte, da museologia e da arqueologia na América Latina, abrangendo questões que podem envolver a produção artística, sua extroversão e, em sentido mais amplo, uma sociologia da imagem. Desde a década de 1970, o pós-colonialismo tem se estabelecido como um novo campo acadêmico que abrange uma série de disciplinas tais como história, filosofia, etnografia, sociologia, literatura, cinema, história da arte, etc. Com as lutas pela conquista da independência, pessoas de países colonizados abandonaram os sistemas de valores impostos pelos colonizadores, voltando para circunstâncias originais da sua própria história e cultura.
A teoria pós-colonial surgiu sob a influência de análises e crítica das estruturas hegemônicas de poder estabelecidas através dos processos de colonização (GOLDBERG; QUAYSON 2002, xi), portanto, se preocupa em saber quando as culturas se encontram, quais são os efeitos da colonização, como o processo de colonização mudou o pensamento das pessoas, seu modo de agir, escrever e pintar. Essas são algumas de suas questões de estudos (HATT; KLONK 2006, p. 223).
Para Marcel Daniel, “o objetivo primordial dos estudos pós-coloniais tem sido o de analisar e criticar o efeito direto e residual do colonialismo nos povos colonizados e sociedades” (DANIEL 2014). Segundo Michael Hatt e Charlotte Klonk, as teorias póscolonialistas são melhores pensadas em termos geográficos: “O modelo de centro e periferia é frequentemente invocado. A distinção consiste entre metrópole centro, onde o poder é mantido e decisões são tomadas, e periferia, áreas afastadas que são administradas e exploradas” (HATT; KLONK 2006, p. 223). Eles dão o exemplo do império britânico, com a cidade de Londres no centro, a grande metrópole, e as colônias afastadas ao seu redor, as quais eram exploradas. A teoria pós-colonial se preocupa com a história dessas periferias, desses países colonizados e busca o ponto referencial a partir desses povos. Ao invés do eurocentrismo, procuram saber como seria se a história fosse escrita do ponto de vista da periferia, quais estórias a história iria nos contar, o que seria se o colonizado fosse falar do colonizador e sobre a colonização (HATT; KLONK 2006, p. 223).
Este seminário examinará momentos-chave da história da arte, exposições e arqueologia na América Latina e as teorias pós-coloniais, ao mesmo tempo que abordará a capacidade da arte de articular e contestar o poder. Ao fazê-lo, os temas dos seminários incluirão: artes indígenas, minorias, igualdade de gênero, direitos de imigração, justiça ambiental, artefatos indígenas, arqueologia, entre outros. O seminário discutirá temas cruciais como identidade social e cultural, identidades minoritárias, ancestralidade, religiosidade e tradição. Também destacará iniciativas de artistas que demonstraram como a arte pode quebrar barreiras e ser mais inclusiva em termos de reenquadramento das minorias. Convidamos contribuições sobre os seguintes temas: Arte e ativismo, arte indígena, arte feminista, arqueologia e comunidade negra. Nosso objetivo é socializar temas emergentes no campo da história da arte e arqueologia em diálogo com as correntes pós-coloniais e destacar a sua rica diversidade e fomentar o diálogo intercultural. Neste painel discutiremos a importância de manter a memória histórica latino-americana e levantaremos questões sobre a preservação da história da identidade latina.
Ao examinar esses tópicos, prestaremos atenção especial às maneiras pelas quais as histórias da arte e da resistência na América Latina continuam a influenciar a produção artística contemporânea em todo o mundo. Este seminário é importante para discutir teóricos como Juan Acha, Marta Traba, Mário Pedrosa, Fernando Ortiz, José Carlos Mariátegui, Enrique Dussel, Pablo González Casanova, Anibal Quijano, Walter Mignolo, Carlos Monsiváis, Emilio Choy, Ernesto Tabío, Luís Felipe Bate, Luis Guillermo Lumbreras, Iraida Vargas e tantos outros que contribuíram para pensarmos as artes e a arqueologia pós-coloniais na América Latina.
Serão aceitas propostas em português ou espanhol.
Mais informações na chamada em anexo e no site do evento: https://www.even3.com.br/pensar-e-repensar/



