Conferência de outono de 2024 em Literatura, Humanismo e Cosmopolitismo
Início: ⋅ Fim: ⋅ Países: Portugal
“Língua é espada”. O poder subversivo da literatura
Rosa Maria Sequeira
É da natureza da literatura dizer o que, em várias circunstâncias históricas, era proibido dizer. Por outro lado, a famosa metáfora “língua é espada” aponta para a capacidade da literatura subverter várias normas, sejam elas linguísticas ou políticas. A literatura pode contribuir para o pensamento social expondo problemas humanitários pertinentes em cada época e constituir uma forma poderosa de oposição aos vários autoritarismos e a perfis e cânones dominantes. A literatura pode expor os meios de alienação, o inverso de uma vida plena e digna, com isso afrontando forças dominantes. Daí muitos livros terem sido proibidos ou mesmo queimados como sucedeu no período nazi em que a queima de livros era erigida em espetáculo e de que a obra Fahrenheit 451, de 1953, nos dá conta. Um exemplo português do poder subversivo da literatura que abalou o regime ditatorial foi a publicação das Novas cartas portuguesas (1972). Esta conferência pretende mostrar as virtualidades da literatura para a própria democracia e irá passar em revista alguns exemplos do ato de resistir ligados à expressão artística.
Rosa Maria Sequeira é professora associada no Departamento de Humanidades na Universidade Aberta. É licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, mestre em Estudos Comparados e doutorada em Teoria da Literatura. Tem-se dedicado, no ensino e na investigação, à Comunicação Intercultural, ao Ensino da Literatura, ao ensino das línguas e culturas estrangeiras, aos Estudos Comparados e aos Estudos Globais. Foi coordenadora científica do CEMRI-Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais entre 2013 e 2016. Pertence atualmente ao Conselho Geral da UAb e à coordenação do programa doutoral em Estudos Globais (UAb) onde tem a seu cargo o seminário Literaturas, Artes e Transculturas.


