Segunda-feira, 15 de Dezembro de 2025
Congressos

Chamada para trabalhos em painel de antropologia | APA 2025

Data de abertura: Data de encerramento: Países: Brasil, Portugal

Antropologia, Chamada para trabalhos

Convite para submissão de trabalhos

Até o dia 13 de Janeiro de 2025, está aberta a inscrição de trabalhos em nosso Painel conjunto, que será realizado durante o encontro anual da Associação Portuguesa de Antropologia, entre os dias 14 a 18 de julho de 2025.

Tema do Painel: P078 - Nomadismo Ôntico ou multi-pertencimento ancestrálico: quando a alma não se reduz a um único território semântico do espiritual (In person Panel)

Descrição do Painel: No artigo intitulado "I the Jew, I the Buddhist: multi-religious belonging as inner dialogue", a pesquisadora Mica Niculescu debate o fenômeno contemporâneo dos judeus étnicos (por nascimento) que, ao longo do século XX, especialmente nos Estados Unidos da América, passam a reivindicar uma espiritualidade simultânea do tipo Budista. O referido fenômeno do JewBud trata de uma experiência de cruzamento entre as duas referidas Diásporas naquela América do Norte, também sublinhada pelo investigador independente Alex Minkin (Nova York/Ticun Brasil), no artigo "Judeus no Espiritismo e na Umbanda: De entidades a adeptos" (2018), quando aborda as Diásporas sefarditas e afro-brasileira, por sua vez recepcionadas em práticas da Umbanda e seus grupos espirituais (falanges) do "Povo do Oriente". Nas palavras de Niculescu (2002): “pode-se dizer que nessas formas de bricolage simbólico e ritual onde a subjetividade prevalece, a performance é mais importante do que a teologia. O que faz o funcionamento do pertencimento duplo é a prática dupla, que é realmente um diálogo interno constante”. Mais recentemente (2024), no livro Peregrinação, o antropólogo Patrick Oliveira/Adelona Isola (Faraimara Universidade Popular de Ifa) desenvolve o conceito de "Nomadismo Ôntico" por meio do qual formula seu prisma afro-brasileiro acerca da tradição do Ifá em diálogo com movimentos políticos, culturais, intelectuais e estéticos variados. Nesse painel buscaremos ampliar o desafio epistêmico que situa a alma/psiké nos termos de encruzilhada e "coletivo ancestral", problematizando os marcadores coloniais de pretensão universalizável, seja para a individualidade atomizada, seja para uma identidade cultural. Desse horizonte tangente de multiplicidade, a posição de abertura da alma para o mistério, em sua relação com a paisagem ampliada do sagrado, exige um componente de travessia-movimento no contraponto à fixação-identidade (unidade, pureza): ainda na inspiração do Babalaô brasileiro Adelona Isola, ao pensar a dádiva enquanto vivência da andarilhagem e da itinerância, os cruzamentos de ancestralidades atualizam-se por meio da corporeidade expressa em devires e desapego nos âmbitos externo (território), interno (emocional) e secreto (confluência kármica). Serão, aqui, bem-vindos os ensaios e investigações que nos permitam investigar à bilocação ou à ubiquidade nos componentes de pertencimento ao ancestral, situado entre reivindicações simultâneas de premissas oriundas de zonas/esferas de realidades distintas. Como poderíamos referir ao tipo de arranjo de psiquismo que, conceitualmente inspirado nas políticas progressistas de ecossistemas soberanos no prisma dos Estados PluriNacionais da América Latina, permita-nos, outrossim, abrirmos imaginários de múltiplas paisagens de temporalidades e relações ancestrais na mesma alma? A referida metodologia de investigação foi objeto de exposições dialogadas, a propósito do "eu referido nos termos de coletivo ancestral", e, posteriormente, partilhado em curso transcorrido no primeiro semestre de 2024, para o Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Ceará, sob o título de "Folhas do Tempo e Volumes de Espacialidade". Embora Eduardo Viveiros de Castro já discuta o seu conceito de MultiNaturalismo, desde Metafísicas Canibais (2015), obra de abordagem pós-estruturalista, inserida na Virada Ontológica e no Perspectivismo da etnologia brasileira, a referida dimensão de múltiplas realidades (ontologias) e temporalidades (ancestralidades) sobrepostas, aqui referida como MultiOntologias na esfera dos estudos das ancestralidades e ritos tradicionais, ainda não alcançou uma discussão suficientemente amadurecida sobre as respectivas influências bilaterais, para duas ou mais zonas ontológicas, quando acionadas pelo mesmo sujeito participante.

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