Quarta-feira, 01 de Maio de 2024
Congressos

Aluísio Azevedo pela crítica contemporânea

Início: Fim: Data de abertura: Data de encerramento: Países: Brasil

Chamada para trabalhos, Estudos Brasileiros, Literatura

Chamada para Comunicação
Encontro Aluísio Azevedo pela Crítica Contemporânea
Rio de Janeiro, 10 e 11 de outubro de 2024

Do lugar rebaixado que o naturalismo ocupa nas histórias da literatura brasileira, destacam-se os escritores Aluísio Azevedo e Adolfo Caminha. São os dois autores que permaneceram (que bem ou mal continuam sendo lidos) porque, dizem os manuais, conseguiram ir além das fórmulas prontas e dos lugares-comuns do naturalismo. Verificável nos compêndios dos principais historiadores da literatura brasileira (Miguel Pereira, Candido, Bosi, Moisés, Merquior), a fórmula habitual é: Aluísio Azevedo e Adolfo Caminha são bons autores, apesar do naturalismo. Entre os dois, Aluísio Azevedo se destaca, não só porque foi respeitado em vida pelos pares (enquanto Caminha era um outsider que enfrentou a fúria dos letrados quando publicou Bom-Crioulo, em 1895), mas também porque é o autor da considerada melhor e mais importante manifestação do naturalismo no Brasil, o romance O cortiço (1890), seguido da obra inaugural do movimento: O mulato (1881). Aluísio Azevedo tornou-se, então, o escritor naturalista brasileiro por excelência, protagonista infalível dos capítulos sobre o naturalismo das histórias da literatura brasileira.  

O Aluísio Azevedo canônico, autor de O mulato e O cortiço, já conhecemos bem. É claro que sempre existem novas descobertas a fazer em textos bastante estudados, mas a proposta do encontro é privilegiar outras obras do escritor. Propomos superar a tradicional avaliação hierarquizante da obra de Aluísio Azevedo, que vinha do século XIX e foi repetida pela historiografia do século XX, entre uma produção “alta”, séria, trágica e moralizadora – o romance realista-naturalista –, e uma produção “baixa”, cômica, voltada às massas, popular e folhetinesca, e por isso desinteressante. Além da produção folhetinesca de Aluísio, como Filomena Borges (1884) e A mortalha de Alzira (1891), dois grandes sucessos de público que ainda estamos começando a estudar a sério, há obras da produção dita “alta” que permanecem mal compreendidas e esquecidas, como O homem (1887) e Livro de uma sogra (1895). Tanto a produção teatral de Aluísio quanto o livro-reportagem O Japão (1894), escrito no exterior, são praticamente desconhecidos.

Para além da obra ficcional (ou não) a descobrir e redescobrir, há novas facetas de Aluísio Azevedo a conhecer e explorar, entre as quais listamos: Aluísio intelectual e intérprete do Brasil e do mundo; Aluísio paródico e carnavalizante; Aluísio promotor de suas próprias obras; Aluísio desenhista e chargista; Aluísio homem do teatro; Aluísio traduzido e sua repercussão no exterior; Aluísio leitor da Bíblia; Aluísio leitor de romances libertinos; e outros olhares contemporâneos que redimensionem o escritor e sua obra.

Convidamos pesquisadores a enviar propostas de comunicação, com título, resumo de 250 palavras e biodata de 10 linhas no máximo.

 

Data limite de entrega do resumo: 14 de junho de 2024.    Resposta: 28 de junho de 2024.

Os resumos serão enviados para os seguintes endereços: barbiericlaudia.cb@gmail.com; haroldoceravolo@uol.com.br; leonardomendes@utexas.edu

A ideia é que o encontro se traduza, posteriormente, num livro publicado pela editora Alameda em 2025. 

Local: Casa Dirce Côrtes Riedel (UERJ), Rua das Palmeiras, 82 - Botafogo, Rio de Janeiro – RJ

Organizadores: Claudia Barbieiri (UFRRJ); Haroldo Ceravolo Sereza (UFSCAR/Alameda); Leonardo Mendes (UERJ)

Imagem: M. J. Garnier, Public domain, via Wikimedia Commons

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