Quarta-feira, 24 de Abril de 2024
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Revista Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea: Literatura e imaginação utópica

Início: Fim: Data de abertura: Data de encerramento: Países: Brasil

Chamada para artigos, Estudos Brasileiros, Literatura

A revista Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea está recebendo artigos para a seção temática do número 67 (set./dez. 2022), sobre "Literatura e imaginação utópica".

Ementa:

No início da obra Nem tudo é silêncio, de Sonia Bischain, um poema recupera os saberes ancestrais, ao narrar a busca de guerreiros indígenas pela Ivy marã ey, a terra sem males dos tupi-guarani. No século XV, quando os europeus chegaram na América, não suspeitavam da rica cosmologia dos povos ameríndios; antes associaram as terras recém “descobertas” ao paraíso cristão, que a empresa colonizadora logo transformaria em um solo banhado de sangue, condenando as populações locais ao extermínio. As fantasias do Novo Mundo estão na origem da utopia moderna, inspirando filósofos humanistas como Thomas Morus, que imaginou, fiel ao pensamento e aos valores de uma Europa etnocêntrica, herdeira dos ideais platônicos da República, um lugar perfeito, uma sociedade ideal, uma ilha situada em uma geografia impossível, que em todo o caso existe como norte, farol que guia as aspirações por um mundo melhor. No entanto, o sonho de uns pode ser o pesadelo de outros, como lembra a antropóloga Margareth Mead. Modelos que projetam o futuro podem muito bem redundar em distopia e sistemas totalitários, legitimando relações sociais de exclusão. Para além das inevitáveis diferenças de ideologia e de interpretação, a utopia opera como elemento antecipatório da construção política e jurídica de modelos civilizatórios, de ordenamento da sociedade, de redesenho de racionalidades.

Sensível a essas projeções, a escrita literária tem dialogado com esse debate e construído obras que disputam os significados do amplo e ambivalente campo semântico que o termo utopia evoca no presente, inclusive nas formas discursivas derivadas, como distopia, eutopia e ucronia. Este dossiê acolhe artigos que proponham reflexões e análises sobre a utopia na ficção brasileira contemporânea, seja enquanto proposta temática ou gesto escritural, ação que configura na palavra o movimento crítico e criativo aberto à invenção de novas formas de vida, sustentáveis para todos os seres.

Serão bem-vindas contribuições que permitam o trânsito por esse amplo conjunto de ideias que a tradição utópica oferece à reflexão nos dias de hoje, como referida à terra sem males, Ivy marã ey, do povo tupi-guarani, em suas versões contemporâneas - decolonial, afrofuturista, entre outras -, renovando os sonhos e as esperanças de um futuro aberto a imaginários plurais e democráticos.

Dossiê proposto por Paulo Thomaz (UnB) e Rejane Pivetta (UFRGS).

O prazo final para o envio de artigos para esta seção temática FOI ALTERADO PARA 15 de AGOSTO de 2022.

Tema livre

A revista recebe colaborações em fluxo contínuo para a seção de tema livre, onde são publicados artigos de diversas abordagens sobre a literatura brasileira contemporânea.

Resenhas

Há ainda espaço para resenhas de obras de ficção, poesia, crítica literária e teoria literária publicadas nos últimos 24 meses.

As normas para publicação estão disponíveis em: https://goo.gl/VX55ov 

As colaborações serão recebidas pelo sistema da revista. Para enviar seu texto, acesse o sistema de Submissões: https://goo.gl/kPHVuh

Para outras informações, escreva para revistaestudos@gmail.com 

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