Sexta-feira, 19 de Abril de 2024
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Reflexões sobre as produções etnográficas contemporâneas | Chamada da Mediações

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Antropologia, Chamada para artigos, Ciências Humanas e Sociais, Etnografia

A revista Mediações (e-ISSN: 2176-6665), editada pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) recebe artigos para o dossiê temático "Quando o "Outro" é o antropólogo: reflexões sobre as produções etnográficas contemporâneas". As contribuições devem ser inéditas e podem ser enviadas em português, inglês e em espanhol. O prazo máximo para o envio dos textos é o 15 de julho de 2022.

Eixo temático

A presente proposta pretende reunir artigos que tragam reflexões sobre os efeitos da produção de antropólogos negros e indígenas – mas não só – para a teoria antropológica no que diz respeito, em especial, a essas duas distinções fundantes do campo da antropologia: a separação sujeito – objeto e a separação campo – casa. Inspiradas em Nascimento e Cruz (2017), nas suas reflexões sobre a “Quinzena do Negro”, evento organizado por intelectuais negros na USP, em 1977, ressaltamos que essas etnografias são baseadas não no “eu estive lá”, mas fundamentalmente no “eu sou de lá”.

O que estamos buscando são textos que, de distintas maneiras, abalem o “mito do pesquisador de campo semicamaleão” (GEERTZ, 1997[1983]:85). Mas não porque esses textos permitam expor a “verdade” do que acontece com os antropólogos (ou ao menos parte deles) em campo – forma como muitos encararam a publicação póstuma dos diários de Malinowski. Estamos interessadas em textos que abalem esse mito justamente porque entendemos que ele vem perdendo sentido se considerarmos que muitos antropólogos não são mais estrangeiros a se camuflar entre os Outros.

Com isso, abre-se espaço para etnografias produzidas, por exemplo, sob uma dupla orientação entre a universidade e aquele lugar que costuma ser o lócus do trabalho de campo. Este é o caso do trabalho de Barreto, sobre os “wai-mahsã” no mundo Tukano (BARRETO, 2013). O antropólogo teve na figura de seu pai um orientador absolutamente central na produção de sua etnografia (BARRETO; SANTOS, 2017).
Esperamos também que, eventualmente, possam ser trazidas para o primeiro plano do texto antropológico aquelas experiências que costumam ser deixadas, como acertadamente pontuou Stoller (1989), para as conversas do “bar ou restaurante”, por serem demasiadamente “pessoais” ou “extraordinárias”. De maneira que o que costuma ser classificado por Stoller como extraordinário por diversas vezes é absolutamente ordinário em diversas das etnografias produzidas por antropólogos negros e indígenas[8]. Sendo então do domínio do ordinário, até mesmo os sonhos podem se transformar em ferramentas etnográficas, como propõe Tobón (2015).

Mais do que simplesmente dar visibilidade à produção de antropólogos negros e indígenas, a proposta do presente dossiê visa sistematizar um corpus de reflexões teórico-metodológicas que vem se construindo nos últimos anos no campo da antropologia produzida no país. Entendemos que essas etnografias produzidas desde casa, ou a partir de relações diversas daquelas preconizadas pelo modelo que conformou inicialmente o campo disciplinar, podem trazer novas e importantes questões para a antropologia como um todo.

Mediações  é uma publicação quadrimestral do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia, voltada para o debate sobre temas relevantes e/ou atuais das Ciências Sociais e de áreas afins.Mediações dedica-se à missão de divulgar conteúdo científico de qualidade produzido por pesquisadore(a)s nacionais e estrangeiro(a)s, com o objetivo de fomentar e ampliar a produção de conhecimento, contribuindo seja para a inovação teórica e/ou metodológica, seja para o avanço de análises empíricas qualificadas na pesquisa em Ciências Sociais e Humanas.

Mais informações na página da revista Mediações.


Cuando el "Otro" es el antropólogo: reflexiones sobre producciones etnográficas contemporáneas (Mediações, vol. 27, n. 3 - 2022/3).

Organizadoras: Karine Lopes Narahara (UFRJ) e Inara do Nascimento Tavares (UFRR).

A pesar de las diversas transformaciones que la antropología ha experimentado, la idea aún prevalece en la disciplina que la acción antropológica tiene lugar en el encuentro con un "Otro", a menudo distante espacialmente y "culturalmente" del que produce el texto etnográfico. De ello se deduce que el trabajo del antropólogo se desencadena, casi siempre, por un desplazamiento físico que lo lleva de su "hogar" al "campo". Este modelo ha sufrido una desestabilización aún más profunda con la mayor presencia, en los últimos años, de antropólogos negros e indígenas en cursos de posgrado en antropología en el país. Esta propuesta tiene como objetivo reunir textos que contribuyan a reflexiones sobre la producción etnográfica contemporánea, con énfasis en las tensiones generadas sobre la idea de que la antropología es necesariamente el producto del encuentro con la diferencia.

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