Quinta-feira, 28 de Março de 2024
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Imagens Interditas. Censura e criação artística no espaço Ibérico contemporâneo

Início: Fim: Data de abertura: Data de encerramento: Países: Brasil, Portugal

Arte, Chamada para artigos, Ciências Humanas, Estudos Ibéricos, História

Dossiê “Imagens Interditas. Censura e criação artística no espaço Ibérico contemporâneo"

Qual a diferença entre as imagens que passam diante dos nossos olhos e aquelas que o imaginário produz? Quais as mais poderosas e “subversivas”? O que justifica, nesse caso, a censura? As imagens em si, os seus propósitos ou os seus usos? São as imagens que são censuradas ou o que pensamos e fazemos depois com elas? A tensão entre visibilidade e invisibilidade, entre imagem vista e imagem imaginada, endereça-nos para as complexas relações entre literatura e artes visuais.

A tentativa de controlar o discurso público legitimando certas vozes e relegando outras ao silêncio constitui um dos principais objetivos da censura. Esta está intimamente ligada ao exercício da coerção estatal com o fim de se impor uma ideologia a pretexto da proteção dos valores de uma sociedade.

Grande parte do século XX ibérico foi marcado pela censura imposta por regimes ditatoriais (em especial o Estado Novo e o Franquismo) que visavam todas as formas de expressão, principalmente a comunicação social, o cinema e a literatura. Em paralelo surgem fenómenos de resistência, seja abertamente, seja na clandestinidade, que desenvolveram movimentos como o neo-realismo em Portugal e o tremendismo em Espanha. Nesse país, após o fim da Guerra Civil, grande parte dos intelectuais emigraram, construindo, então, uma impressionante literatura de exílio, contando uma versão alternativa à História propagada pelo regime vencedor.

No quadro dos actuais regimes democráticos, a censura está aparentemente extinta no campo das artes; no entanto, internacionalmente, as denúncias que contrariam este panorama sucedem-se. Vivemos um momento intenso de censura não institucionalizada, não legislada, e, por isso mesmo, mais difícil de se quantificar, contextualizar e analisar. A dependência das instituições de arte no financiamento privado - ainda que parcial - parece legitimar a interferência na sua programação e nas suas atividades. Embora os Estados estabeleçam as regras do discurso aceitável no domínio público, isto é, no tocante a quem pode falar e ao que pode ser dito, lobbies e grupos privados, na sua associação ao poder estatal, adquiriram o poder de impor os seus próprios padrões e as suas ideologias. Este parece ser o momento exacto, no qual se torna relevante que investigadores de diversos domínios e geografias encarem o desafio de trabalhar sobre a censura contemporânea.

Abaixo encontram-se sugestões de áreas temáticas, que devem constituir ângulos inovadores de abordagem que contribuam para o avanço dos estudos sobre a censura à criação artística, na época contemporânea, em Portugal e /ou Espanha. As perspectivas em causa devem estar relacionadas com assuntos transnacionais e processos referentes à Península Ibérica no âmbito alargado do espaço lusófono e hispânico. Perspectivas disciplinares e interdisciplinares são encorajadas e os temas listados abaixo não são exclusivos:

  • Censura institucional, política, social, psicológica:

    • Relação dialéctica entre literatura e artes visuais

    • Adaptações de livros para cinema e VS

    • Cinema

    • Artes visuais

    • Poemas visuais

    • Literatura e imprensa

    • Novelas gráficas

    • Imagens nos livros

    • Imagens nos livros escolares

    • Cartoons

    • Cartazes

    • Livro enquanto objecto de arte

  • Autocensura

  • Políticas de gosto

  • Condicionamento estético

  • Financiamento público e Censura

 

Organizadores/Editores convidados:

Ana Bela Morais
http://cec.letras.ulisboa.pt/en/research-team/ana-bela-morais/

Bruno Marques
https://institutodehistoriadaarte.wordpress.com/structure/sc/bm/

Isabel Araújo Branco
https://www.cham.fcsh.unl.pt/invdet.aspx?inv=IB_0375

 

Prazo limite para envio dos originais: 1 de Novembro de 2021

Submissão: Os artigos devem ser submetidos na seção dossiê. Aceitam-se propostas de artigos em português, espanhol ou inglês. As diretrizes para os autores e as normas para submissão e publicação se encontram na página online da revista, que pode ser acessada pelos links abaixo. Pedimos gentilmente que leiam com atenção as seções antes de submeterem os textos.

http://www.dialogosuem.com.br/

http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/Dialogos/about/submissions#authorGuidelines

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