Quinta-feira, 28 de Março de 2024
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História e polémicas: debates historiográficos e espaço público

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Chamada para artigos, História

Número temático da revista Práticas da História

História e polémicas: debates historiográficos e espaço público

Prazo: 31 de Dezembro de 2020

Desde que a história se academizou que as polémicas foram momentos excepcionais de construção, condensação, dissensão e viragem historiográfica dentro desse saber especializado. As polémicas historiográficas em torno de temas específicos dividiram campos de produção do saber, expondo diferentes e contrastantes concepções, metodologias e práticas do conhecimento histórico. Simultaneamente, foram também momentos em que a descrição e a interpretação do passado se constituíram enquanto intervenções públicas no presente, em que a defesa de determinada interpretação histórica representou uma tomada de posição numa determinada disputa política contemporânea. Esta tendência tanto pode ser observada em polémicas epistemológicas, como a que tomou forma em torno do pós-modernismo e das diferentes viragens historiográficas a ele associadas (viragem cultural e viragem linguística), como em polémicas associadas a determinados acontecimentos históricos, como foi o caso da Historikerstreit ou do debate em torno das sobrevivências contemporâneas do passado colonial. As polémicas historiográficas foram por isso momentos em que o saber histórico académico se defrontou no espaço de debate público com outros usos do passado, expondo e desafiando os paradigmas da disciplina.

Momentos excepcionais onde se debatem as concepções do passado e a relação da história-disciplina com o espaço público, interessa-nos discutir:

  • História e espaço público: entre o saber academizado e o espaço público em uma perspectiva alargada (praças, ruas, esquinas, redes sociais, televisão, cinema, livros, etc);

  • História oficial: currículos e manuais escolares e construção das histórias nacionais;

  • Grandes polémicas. Alguns exemplos, entre outros: Historikerstreit (polémica sobre o Holocausto na Alemanha na década de 1980); polémica em torno da Revolução Francesa durante a comemoração do Bicentenário da revolução (1989);

  • História nacional, memória oficial e comemoracionismo: consagração memorial e disputas sobre a memória oficial. Museus e outras formas de monumentalização da história;

  • História e justiça: a história verificada judicialmente e a judicialização da história; questões relacionadas com os debates de reparação histórica, como os debates sobre a escravização no Mundo Atlântico e as restituições de objetos aos seus países de origem;

  • Os conceitos das polémicas: feudalismo e senhorialismo; escravatura e servidão; fascismo, totalitarismo, autoritarismo; colonialismo e imperialismo;

  • Polémicas epistemológicas: pós-modernistas vs marxistas vs realistas e outros empiristas;

  • Historiografia e metodologias: polémicas sobre a biografia, a cliometria e outros métodos historiográficos;

  • Historiografia académica e memória pessoal: as virtudes epistémicas do testemunho;

  • A retórica das polémicas: sátira, insultos, paródias e outros recursos linguísticos;

  • Formas de argumentação: argumentos científicos, argumentos de autoridade, argumentos de utilidade e outras fontes de legitimação.

  • Os sujeitos das polémicas: a figura do historiador, do intelectual, do político, do especialista, etc.

  • Modos de construção do tempo histórico e a forma como intervêm no espaço de discussão política;

 

Apelamos às propostas de investigadores/as de todos as disciplinas das humanidades que se enquadrem neste âmbito. As propostas para publicação devem ser submetidas até 31 de Dezembro. Apenas os artigos e ensaios submetidos de acordo com as normas de submissão da revista serão considerados.


A Práticas de História é uma revista académica digital publicada na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa, com o apoio do Instituto de Histórica Contemporânea e do CHAM – Centro de Humanidades. O principal objetivo da revista é promover a discussão em torno da teoria da História, Historiografia e dos Usos do Passado, publicando textos em português, inglês, espanhol ou francês. Na Práticas da História os investigadores podem ler – e submeter a publicação – artigos, ensaios bibliográficos e recensões críticas avaliados em regime de revisão por pares. A revista concede igual relevo à investigação que relaciona a prática historiográfica com o domínio das humanidades e aos trabalhos que debatem a história no quadro das ciências sociais.

A revista Práticas da História está indexada nas seguintes bases de dados: DOAJ, ERIH Plus, Latindex (Catálogo 2.0), SHERPA RoMEO, CAPES – Qualis Periódicos.

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