Quinta-feira, 28 de Março de 2024
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Escrevendo a leitura, no ensino e na ficcção | Chamada da RIDPHE_R

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Chamada para artigos, Educação, Letras, Literatura, Património, Património Cultural, Pedagogia

A Revista Iberoamericana do Patrimônio Histórico-Educativo (RIDPHE_R, e-ISSN: 2447-746X, Qualis B1), editada pela Unicamp, recebe artigos para o seu próximo número que terá como eixo central "Escrevendo a leitura, no ensino e na ficção: Produzindo fontes, apropriando-se de narrativas". O prazo máximo para o envio de artigos é o 4 de outubro de 2020. Serão aceitos artigos em português, espanhol, inglês ou francês.

Ementa:                                                                   

Detendo-se sobre a relação entre leitura e criação, Bertrand Gervais (2013, p. 39), comenta: “Escrever é ler ou haver lido, é perseguir uma relação e lhe dar um novo impulso”. Nesse prisma, o ato de ler e escrever são vistos como facetas complementares do processo de apropriação da obra, que permite “fazer seu o que os outros escreveram e fazer reconhecer como seu o que o outro pensa e quer dizer” (GERVAIS, 2013, p.40).

Pensar a escrita como uma reação do leitor ao texto lido, cujos ecos reverberam naquele que irá escrever, pode ser uma das formas de mapear a subjetividade inerente à leitura literária. No âmbito escolar, a relação entre literatura e experiência tem sido explorada pela leitura subjetiva, vertente teórica que surge na França nos anos 2000, conhecida no Brasil principalmente pelos trabalhos de Annie Rouxel e Gérard Langlade. Entre as propostas sugeridas para revitalizar o ensino de literatura na Educação Básica, destaca-se a escrita de diários de leitura e autobiografias de leitor, que, além de darem destaque à figura do leitor real e aos impactos do texto literário sobre o sujeito, criam interessantes imbricações entre leitura e escrita.

Já na ficção, a cena do ato de leitura literária figura como testemunho de experiência e formação, constituindo também gesto crítico no qual o autor acena para a possibilidade de inscrever-se em uma linhagem artística. Além disso, as apropriações de outras narrativas pelo autor, cujos rastros, mais ou menos visíveis, podem incluir a alusão, a paródia ou o pastiche, parecem cultivar, como observa Gervais, o pertencimento a determinadas comunidades de leitura, confirmando a premissa de que “escrever é haver lido”. Ou ainda, como lembra Michel Schneider, parecem sugerir que “a literatura é sempre de segundo grau [...] em relação a ela mesma” (1990, p. 63). Desse modo, esses rastros podem ser lidos, em algum nível, como índices de formação do escritor-leitor.

Diante dessas questões, a Revista Ibero-americana do Patrimônio Histórico-Educativo (2020) acolherá artigos que tratem das escritas sobre a leitura, tanto no âmbito das práticas e experiências no ensino de literatura quanto na esfera da produção literária. São bem-vindas, enfim, contribuições nas quais seja possível vislumbrar o aluno ou o autor “escrevendo a leitura, no ensino e na ficção”.

Organizadores:

  • Carolina Duarte Damasceno (UFU)
  • Júlio de Souza Vale Neto (UNIFESP)                                                         
  • Ricardo Gaiotto de Moraes (UFSC)

Mais informações na página da RIDPHE_R Revista Iberoamericana do Patrimônio Histórico-Educativo.

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