Sexta-feira, 19 de Abril de 2024
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Chamada para a Revista Eletrônica da ANPHLAC: América Latina-Moçambique/Moçambique-América Latina

Início: Fim: Data de abertura: Data de encerramento: Países: Brasil

Chamada para artigos, Estudos Africanos, Estudos Latino-Americanos, História

A Revista Eletrônica da ANPHLAC (Associação Nacional de Pesquisadores e Professores de História das Américas) está com chamada aberta para o dossiê "América Latina-Moçambique/Moçambique-América Latina", coordenado por Priscila Dorella (Universidade Federal de Viçosa) e Matheus Serva Pereira (Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa). A data limite de entrega é dia 31 de julho de 2021.

Ementa

Uma pauta importante das lutas anticoloniais contemporâneas está no esforço de desracializar a História da África, rechaçar sua exotização e compreender o continente como parte integrante de uma história global. Nessa direção, os estudos desenvolvidos na América Latina sobre a África cresceram exponencialmente nas últimas décadas, ampliando os interesses para além das experiências de escravização. Em uma perspectiva a partir da África essa ampliação também pode ser identificada, sobretudo por meio de um amparo intelectual de expansão das fronteiras de pensamento a partir de perspectivas pós-coloniais que advogam outras direções que não apenas a Europa e os Estados Unidos. Em 2019, o Departamento de História da Universidade Federal de Viçosa (DHI-UFV), no Brasil, estabeleceu um convênio com a Universidade Eduardo Mondlane (UEM), em Moçambique, abrindo possibilidades para um importante intercâmbio acadêmico que fortalece as conexões Sul-Sul global.

Moçambique conquistou sua independência em 1975, após anos de luta armada contra o controle colonial português, por meio de um processo influenciado, entre outras experiências, pelas revoluções latino-americanas da segunda metade do século XX. A posição geográfica de Moçambique, assim como suas diversas correntes intelectuais, suas práticas artísticas e desafios econômicos, obriga aos historiadores moçambicanos estabelecerem uma constante troca de escalas entre o local, o nacional e o global. O caminhar pelas ruas atuais da capital do país, Maputo, nos leva facilmente a encarar essa questão. Suas ruas foram ganhando novos nomes após a independência, com o objetivo de homenagear importantes figuras das lutas das esquerdas e, consequentemente, latino-americana, como Che Guevara, Salvador Allende, Augusto Cesar Sandino, etc.

Na América Latina, infelizmente continua difusa a visão sobre Moçambique. No Brasil, em específico, alguns setores econômicos associados a práticas predatórias de extração de riquezas do solo moçambicano perpetuam na contemporaneidade visões estereotipadas sobre os africanos que se assemelha ao olhar colonial português de meados do século XIX e XX. Talvez seja no campo dos trabalhos literários, sobretudo pela divulgação de autores como Mia Couto, Paulina Chiziane e, mais recentemente, Ungulani Ba Ka Khosa, que um novo saber sobre a história e cultura moçambicana esteja ganhando novos significados na América Latina.

Mas ainda há muito por conhecer! Nosso intuito é o de reunir novos trabalhos historiográficos de pesquisadores moçambicanos que estão pensando a América Latina e de latino-americanos interessados em Moçambique, que estabeleçam comparações e/ou aproximações entre ambos os espaços geográficos e suas experiências sociais, abrindo horizontes de mútuo conhecimento em uma perspectiva cronológica abrangente e instigante para que esse passado conectado viva nas nossas histórias.

 
Para submeter artigos à avaliação, o autor deverá se cadastrar no site da Revista Eletrônica da ANPHLAC: http://anphlac.fflch.usp.br/revista.
 
As normas para a adequação do texto às exigências da revista se encontram nas Diretrizes para Autores: http://revistas.fflch.usp.br/anphlac/about/submissions.

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