Quinta-feira, 28 de Março de 2024
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Chamada de Artigos: Cadernos Metrópole nº 51: Geografia do Ressentimento

Início: Fim: Data de abertura: Data de encerramento: Países: Brasil

Chamada para artigos, Ciências Sociais, Demografia, Geografia, Urbanismo

Os Editores Científicos e a Comissão Editorial da revista Cadernos Metrópole convidam para a organização do v. 23, nº 51 os pesquisadores das diversas áreas de conhecimento, que abordam a questão urbana e regional, a enviarem textos sobre o tema

Geografia do Ressentimento

Organizador: João Ferrão

Análises da geografia do voto (eleições, referendos), estudos de movimentos sociais inorgânicos (manifestações sem lideranças explícitas) e inquéritos de opinião sobre a confiança dos cidadãos nas instituições, nos partidos e nos políticos revelam uma erosão crescente da democracia representativa. Em países de vários continentes aumenta o descontentamento com as lideranças, os partidos, as organizações e as práticas políticas da democracia liberal. Esse descontentamento traduz-se num apoio a partidos populistas e antissistema, a soluções nacionalistas, e a lideranças autoritárias ou protofascistas.

Diferentes estudos têm tentado entender quem são essas pessoas e o que as move. O ressentimento político mobiliza sobretudo os abandonados do capitalismo urbano-industrial, os esquecidos do capitalismo global metropolitano-financeiro, os que viram a sua recente mobilidade ascendente interrompida e, ainda, ex-militantes e sindicalistas descrentes do papel dos partidos de esquerda no combate aos impactos negativos da globalização na vida económica (desemprego, diminuição de rendimento) e social (perda de valores tradicionais, recuo do estado social, implosão do estado-nação) do cidadão comum.

Neste contexto, as metrópoles são percecionadas como os territórios onde residem os grupos odiados: a elite política, distante do povo e corrupta; a elite financeira, representante do capital sem pátria e sem visão nacional; os imigrantes, favorecidos pelas políticas públicas apesar de contribuírem para aumentar a insegurança física, social e cultural. Para muitos dos que vivem em áreas rurais ou pequenos centros urbanos, o ressentimento político contra os vencedores é também o ressentimento contra as grandes cidades.

Esse número dos Cadernos Metrópole visa suscitar estudos e comparações em que o conceito de ressentimento político constitui uma lente para entender as espácio-temporalidades das perceções e práticas políticas dos cidadãos que valorizam o combate aos grupos odiados e ao que consideram ser o seu potencial destrutivo das nações, em detrimento da construção de uma visão transformadora progressista das relações sociedade-economia-natureza.

Data-limite para envio dos trabalhos: 30 de agosto de 2020

Para mais informações acesse o site da revista: Cadernos Metrópole (Qualis A1 – Sociologia).

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