Responsáveis:
• Jean Hébrard (EHESS et Johns Hopkins University)
• Erin Rowe (Johns Hopkins University)
• Jean-Frédéric Schaub (EHESS)

A história do Império português e o lugar particularmente importante ocupado desde cedo pelo Brasil foi marcada por um diálogo internacional entre pesquisadores portugueses e brasileiros, de um lado e, de outro, principalmente britânicos. Em Oxford, Boxer e seus alunos, dentre os quais A. J. R. Russell-Wood que em seguida fez toda a sua carreira na Universidade Johns Hopkins, privilegiaram uma abordagem imperial. O presente dossiê pretende fazer um balanço sobre as novas linhas de pesquisa da história colonial que, nessa tradição, não se contenta mais de ser luso-brasileira. Ela olha o Brasil na perspectiva de um projeto cujo horizonte – o Atlântico e o Pacífico – impunha que se inventasse modelos políticos, econômicos e sociais inéditos e duráveis. Um projeto que impunha também que se encontrasse os atores suscetíveis de implantá-lo e de experimentá-lo. Nessa perspectiva, novos estudos deslocaram seu olhar dos fidalgos enviados além-mar pela coroa, para aqueles que já se encontravam nas diversas partes do Império (seja por terem nascido ali, frequentemente em famílias que ignoravam a barreira racial, seja porque viviam ali há muito tempo) e que, localmente, forjaram esses espaços. É a partir desses prismas, cuja dimensão heurística havia sido pressentida por Russell-Wood, que os artigos publicados nesse dossiê abordarão o Brasil e o mundo colonial português.