Chamada da revista Aletria, v. 31, n. 3 para o dossiê: "Trânsfuga: migração e transgressão na literatura"
Início: ⋅ Fim: ⋅ Data de abertura: ⋅ Data de encerramento: ⋅ Países: Brasil
Organizadores: Sabrina Sedlmayer (UFMG), Georg Otte (UFMG). Tomando como ponto de partida a reflexão sobre a migração entre grupos, classes, níveis sociais e hierárquicos, este número da Aletria convida a todas e a todos a submeterem os seus trabalhos e participarem do Dossiê que pretende pensar amplamente a questão da mobilidade no tempo presente e em termos transdisciplinares. Para tanto, parte da definição do termo, dicionarizado na língua portuguesa, que negativamente apelida o trânsfuga como "traidor", "desertor", "aquele que em tempo de guerra foge das suas fileiras", e propõe ampliá-lo ao considerar não somente os movimentos em termos de mobilidade social (ascendente ou descendente), mas também em dimensões espaciais, na arte, na arquitetura, no cinema, na internet, como também relacionado à questão pessoal e identitária, das escolhas sexuais. O teórico francês Pierre Bourdieu, conhecido por ter cunhado conceitos como “capital cultural (ou simbólico)” e “habitus”, recorreu ao termo “trânsfuga (de classe)” para falar daqueles que fogem não apenas de sua classe social, mas que também “traem” expectativas culturais numa difícil migração entre classes sociais e profissionais, entre gêneros e identidades sexuais, enfrentando todo tipo de constrangimento no plano psicológico. Como fenômeno psicossocial, o/a trânsfuga é uma figura literária por excelência, uma vez que transgride e questiona os “habitus” sociais existentes. A tarefa deste número é tentar criar novas camadas de sentido para este termo e alargá-lo através das representações "trans" que os discursos literários e artísticos são capazes de arejar e de criar. Prazo para submissão de artigos: 29 de janeiro de 2021.