Terça-feira, 16 de Abril de 2024
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Perspectivas e poéticas da produção contemporânea na e das artes visuais da e na América Latina

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Artes visuais, Chamada para artigos

Edição 12 (2019/01) da revista Paralelo 31 – Chamada de artigos

Perspectivas e poéticas da produção contemporânea na e das artes visuais da e na América Latina, revista Paralelo 31, Mestrado em Artes Visuais - Universidade Federal de Pelotas - Brasil.

Organizadoras:

Data limite para a submissão de artigos: 20 de maio de 2019

Em 2014, o Projeto Guggenheim UBS MAP Global Art Initiative realizou a exposição Under the Same Sun: Art from Latin America Today, com a curadoria do mexicano Pablo León de la Barra. A exposição foi apresentada como uma investigação a respeito da resposta dos artistas latino-americanos contemporâneos à realidade complexa que compartilham, decorrente de suas historias colonial e moderna, dos governos repressivos, das crises econômicas e da desigualdade social, bem como dos simultâneos períodos de riqueza econômica, desenvolvimento e progresso na região. A exposição apresentaria, então, respostas artísticas contemporâneas ao passado e ao presente, bem como imaginários de futuros possíveis. Reunindo obras de trinta e sete artistas, de dezesseis países, a mostra foi organizada em torno de cinco eixos temáticos: “Conceitualismo e seus Legados”, “Tropicologias”, “Ativismo Político”, “Modernismo e seus Fracassos” e Participação/Emancipação”, que, na visão da curadoria, contemplariam questões definidoras da arte na América Latina de então. Em 2015, a exposição com seu título em tradução ao português – Sob o mesmo sol: arte da América Latina hoje, foi apresentada no Museu de Arte Moderna – MAM, de São Paulo, Brasil; e com seu título em tradução ao espanhol – Bajo el mismo sol: arte de América Latina hoy, no Museu Jumex, Cidade do México, México. 

Essa exposição pode ser lida como herdeira de uma série de projetos curatoriais, vindos dos centros hegemônicos de produção artística, que tentaram redefinir os problemas éticos, políticos e estéticos que determinariam as condições de produção e circulação da arte latino-americana. Pensamos, por exemplo, em Magiciens de la terre (Georges Pompidou, 1989); A Noiva do Sol (Museu Real de Antuérpia, 1991); Artistas latino-americanos do século XX (Museu de Arte Moderna de Nova York, 1993).

O que seria então Arte Latino-americana? A questão não se refere a uma essência, mas a um questionamento das representações que estão em jogo quando se trata de "reescrever a geografia histórica da arte moderna e contemporânea" (BARRIENDOS, 2009) na América Latina, às lutas por sua definição. A própria denominação do continente – América + Latina – combina referencias ao novo e ao velho mundo, aludindo a sua essência híbrida e compósita, além de ser um novo nome para um continente que perdeu seu nome original - América, para os Estados Unidos da America. Mas ao mesmo em que haveria uma tentativa de identificação continental, há também o reconhecimento de uma diversidade geográfica quedivide o continente em quatro sub-regiões: andina, amazônica, platina e centro-americana caribenha, nas quais se desenvolveram culturas e civilizações distintas, no que Ángel Rama (2001) identificou como “comarcas culturais”. Assim, é preciso ter em mente que apesar de os povos latino-americanos possuírem elementos culturais comuns, eles possuem, também, como aponta Hugo Achugar (2004), heterogeneidades, baseadas nos lugares, nas paisagens e nos territórios, que os distanciam. 

Mas, mesmo que a ideia da existência de um fazer artístico que possa ser entendido como latino-americano nos pareça questionável, sobretudo, porque advêm de uma classificação geopolítica, que toma o local de origem e de produção como definidores de possíveis identidades culturais.  Ela nos permite (re)pensar e (re)definir a existência de discursos e poéticas comuns capazes e permear as diversas práticas? artísticas e questionar as representações do latino-americano oriundas de contextos de hegemonia cultural. É, então, fundamental gerar questionamento constante e simultâneo quanto aos recortes e perspectivas que tentam classificar e definir essas produções, uma vez que assim como identificam tendências e vieses, podem também criar outros novos. 

Tendo em mente essas questões propomos esse dossiê como um espaço para a discussão da produção artística latino-americana contemporânea em todas suas vertentes e matizes. Ademais de reflexões teórico-críticas sobre obras, artistas e tendências, desenvolvidas em artigos em ensaios, também nos interessam ensaios visuais produzidos por artista latino-americanos contemporâneos, bem como entrevistas e resenhas de obras, publicações e exposições referente à temática. 

Data limite para a submissão de artigos: 20 de maio de 2019.

Além da proposta do "Dossiê", o Paralelo 31 recebe inscrições originais e inéditas em fluxo contínuo - artigos, resenhas críticas, ensaios, ensaios visuais e entrevistas, sobre artes contemporâneas, educação artística, curadoria, crítica e história de arte contemporânea, de pesquisadores doutores, professores e mestrandos em coautoria com professor-orientador.

Mais informações no site da revista Paralelo 31.

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