Quinta-feira, 28 de Março de 2024
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IPM estuda apoio ao ensino do português na Ásia

Países: Portugal, Timor, Macau, Damão, Malaca

Educação, Língua

Instituições de ensino de Timor, Damão e Malaca solicitaram ao Instituto Politécnico de Macau apoio no desenvolvimento do ensino do português. Em Damão e Malaca, o ensino do português deixou de existir nos últimos três anos e unidades de ensino locais pretendem agora reiniciar atividades.
 
O Instituto Politécnico de Macau (IPM) está a estudar a possibilidade de apoiar o ensino do português em instituições de Timor-Leste, Malaca e Damão. A Universidade Nacional de Timor Lorosa’e e outras unidades de ensino contactaram o IPM com o propósito de reforçarem ou retomarem o ensino do português, que nalguns locais deixou de existir nos últimos anos.
 
Segundo Cândido de Azevedo, colaborador do IPM, o os apoios poderão ser formalizados através de protocolos com o Politécnico de Macau. “Estamos ainda a dar os primeiros passos mas o IPM vai estudar a viabilidade destes apoios e se há interesse da parte do Governo de Macau. Mas ainda está a ser discutido”, afirmou Cândido de Azevedo, à margem do encontro da Associação de Universidades de Língua Portuguesa, onde proferiu uma intervenção sobre a cooperação entre o IPM e os países lusófonos.
 
Em Damão, o ensino do português era assegurado, ao nível do secundário, pelo Colégio Nossa Senhora de Fátima, mas há “três anos” o professor responsável reformou-se e não foi substituído. Também em Malaca a única professora de português que existia deixou de dar aulas há cerca de dois anos. “É uma pena porque, em Damão por exemplo, existe um grande interesse pelo Português”, afirma Cândido de Azevedo.
 
Os pedidos de apoio surgiram pelo facto de estar instalada na RAEM a sede do Fórum Macau e pelo “interesse” que tem sido manifestado pela República Popular da China na promoção do português, explica o colaborador do IPM.
 
As formas de apoio que estão a ser analisadas podem ir desde atividades pontuais a protocolos mais alargados para uma cooperação continuada. “Há várias maneiras de o fazer. O simples fornecimento de manuais já será um grande incentivo para o caso de Damão, porque têm grandes carências”, acrescenta o professor colaborador do IPM.
 
Outra possibilidade são protocolos para colaborações no ensino pós-graduado, que o IPM já tem com o Instituto Politécnico de Leiria, no caso dos mestrados, e com a Universidade de Lisboa, no caso dos doutoramentos.
 
Cândido de Azevedo apresentou ontem o projeto que está a ser desenvolvido pela Escola Superior de Línguas e Tradução (ESLT) tendo em vista a criação de um espaço lusófono de Ensino Superior, em particular na área do ensino do Português.
 
O projeto está a ser desenvolvido por Luciano Almeida, Diretor da ESLT, que coordena uma equipa que integra vários elementos de instituições de ensino superior dos países de língua portuguesa. “Temos trabalhado faseadamente, desenvolvendo contactos com as universidades, tentando captar e distinguir as boas práticas para que o ensino superior seja um ensino de sucesso no espaço lusófono”, referiu Cândido de Azevedo, que realizou a intervenção na conferência da AULP em representação de Luciano Almeida.
 
Jornal Tribuna de Macau

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