O escritor moçambicano Daúde Nossi Amade, sob o pseudónimo Jorge Nyembete, conquistou o Prémio Imprensa Nacional/Eugénio Lisboa com o romance inédito Rogilda, ou Breviário de Agonia. A obra foi distinguida pelo júri da 8.ª edição do galardão pela sua abordagem imersiva e psicológica, centrada nas experiências da pandemia de Covid-19.

Segundo o júri, composto por Lucílio Manjate (presidente), Sara Jona e Paula Mendes, Rogilda, ou Breviário de Agonia destaca-se pela forma como explora a ambivalência entre o tempo cronológico e o psicológico, abordando o impacto da pandemia em Moçambique e no mundo. A narrativa, desenvolvida no confinamento de uma casa, desafia o leitor a revisitar, com coragem, as marcas individuais e coletivas deixadas por este período.

Sobre o Autor

Daúde Nossi Amade nasceu em Maputo, em 1993, e é professor, escritor e ensaísta. Licenciado em Ensino de Filosofia pela Universidade Pedagógica, também frequentou a licenciatura em Literatura Moçambicana na Universidade Eduardo Mondlane. Tem textos publicados em várias coletâneas, como Um Natal experimental e outros contos (vol. 1 e 2, Gala-Gala Edições, 2021 e 2022), Ubuntu: Literatura e ancestralidade (2022) e Crónicas de Yasuke (Editora Kulera, 2024).

Menção Honrosa

O júri atribuiu ainda uma menção honrosa ao romance Na Boca do Hipopótamo, de Jeremias Macaringue (pseudónimo Changamire Dombo), destacando a sua contribuição para o crescente interesse pela narrativa policial entre a nova geração de escritores moçambicanos.

Sobre o Prémio

Criado em 2017 pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM), em parceria com o Camões – Centro Cultural Português em Maputo, o Prémio Imprensa Nacional/Eugénio Lisboa visa promover a criação literária moçambicana e o uso da língua portuguesa. Além de um prémio monetário no valor de 5 mil euros, a obra vencedora será publicada pela Imprensa Nacional.

Saiba mais no site da INCM: https://incm.pt/site/daude-amade-e-o-vencedor-da-8-a-edicao-do-premio-imprensa-nacional-eugenio-lisboa/