Quinta-feira, 28 de Março de 2024
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XXIII Colóquio de Outono: "Nem todas as cartas são ridículas: Escritores e correspondência, da pena à pen"

Data de abertura: Data de encerramento: Países: Portugal

Chamada para trabalhos, Ciências Humanas, Literatura

XXIII Colóquio de Outono
Nem todas as cartas são ridículas: Escritores e correspondência, da pena à pen
25-26 novembro 2021 | Conferência Presencial | Universidade do Minho

Ora louvando as “delícias da correspondência”, como faz Jorge de Sena numa carta a Eugénio de Andrade, ora suspeitando de ter perdido “mesmo o jeito de escrever cartas”, como confessa João Cabral de Melo Neto à amiga Clarice Lispector, muitos foram os escritores que tiveram na carta o meio privilegiado de diálogo com interlocutores diversos, desde elementos do seu círculo privado a colegas de ofício, editores, críticos e leitores. A sobrecarga resultante desta atividade levou José Rodrigues Miguéis a lamentar-se, numa carta a José Saramago, de “uma febre epistolar paralisante crónica”. Assim nos chegaram importantes documentos que propiciam estimulantes pistas de abordagem, desde uma aproximação à intimidade do escritor e à autorrepresentação deste, ao conhecimento das suas conceções literárias e do seu círculo literário, ao acompanhamento da gestação dos seus projetos, até à reconstituição das leituras de que uma obra foi alvo, entre outras.

Atualmente poucos serão os escritores que dependem dos Correios para comunicar com a família, os amigos e os diversos agentes do sistema literário. Num tempo em que a carta deu lugar a formas mais imediatas de comunicação e em que o escritor, em geral, não se furta ao contacto com o público, será oportuno refletir sobre o possível impacto das novas tecnologias no diálogo entre os escritores e os seus múltiplos interlocutores, bem como na maneira como estas conversas em ambiente virtual poderão fazer o seu caminho até outros leitores que não os originais.

Por fim, se por um lado a prática privada da carta não exclui uma dimensão literária, o que coloca a questão da sua catalogação e do seu estatuto no conjunto da obra de um escritor, por outro, não faltam autores que exploram as potencialidades da carta no seu labor literário. Como não pensar, por exemplo, na Correspondência de Fradique Mendes, de Eça de Queirós, ou na “Carta dum contratado”, de António Jacinto? Justifica-se por isso atentar nas valências literárias da carta ouno papel desempenhado por este género na renovação literária e vice-versa.

As múltiplas potencialidades da correspondência lavrada por escritores serão o eixo orientador do XXIII Colóquio de Outono, realizado pelo Grupo Poéticas em Língua Portuguesa, do Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho.

Aceitam-se propostas de comunicação (20 minutos) sobre os tópicos já apontados ou sobre os seguintes, entre outros:

  • A correspondência e os géneros autobiográficos
  • A carta e a imagem do “eu”
  • A carta e a história literária: grupos, projetos, polémicas
  • Correspondência de escritores: um género em extinção?

Línguas de comunicação: Português, Inglês, Francês, Espanhol.

Comissão organizadora:

  • Ana Ribeiro
  • Carlos Mendes de Sousa
  • Isabel Cristina Mateus
  • Micaela Ramon
  • Sérgio Sousa

Datas importantes:

  • Submissão de propostas: 31 de agosto
  • Notificação de aceitação: 15 de setembro
  • Data limite para inscrição com comunicação: 15 de outubro
  • Data limite para inscrição sem comunicação: 31 de outubro
  • Divulgação do programa: 30 de setembro

Inscrições:

  • Para participantes com comunicação: 50 euros
  • Para participantes sem comunicação: 20 euros
  • Comunidade CEHUM/ELACH: gratuito

Website: http://cehum.ilch.uminho.pt/xxiiico
E-mail: coloquiocartas2021@gmail.com

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