Quinta-feira, 25 de Abril de 2024
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VIII Colóquio do Centro de Estudos Portugueses da Universidade Federal do Paraná

Início: Fim: Países: Brasil, Portugal

Estudos Portugueses, Literatura

VIII Colóquio do Centro de Estudos Portugueses da Universidade Federal do Paraná

"O que será?"


Em matéria exibida a 13 de julho de 2020 o telejornal Bom Dia Brasil destacava que a pandemia do coronavírus teria influenciado no deslocamento das vendas de romances do 30 para o primeiro lugar na categoria dos livros mais vendidos, secundado pelo filão dos quadrinhos, que antes ocuparia a 5a posição. Entre os entrevistados houve quem declarasse sua opção pelos romances, pela ficção, como estratégia escapista nestes tempos em que a dureza da realidade parece exacerbada. Curiosamente, no entanto, a mesma matéria observa que em termos temáticos a narrativa de ficção romanesca que tem atraído os leitores é aquela que descreve “uma nova ordem mundial, como 1984, de George Orwell, e Admirável mundo novo, de Aldous Huxley, e histórias que retratam epidemias, como Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago”.

Para os pesquisadores da literatura o cenário descrito pela matéria é instigante em função desse duplo movimento em direção a ou motivado por uma mesma modalidade discursiva: busca-se a ficção querendo-se fugir do peso do real, mas lá está ele. Se pensarmos nos exemplos dos títulos evocados pela reportagem, o fato é que mesmo encenada num futuro distante e/ou num espaço irreconhecível, de modo a afetar seu descolamento daquela vida real que tanto assusta por sua incompreensibilidade (exemplarmente apresentada na canção de Chico Buarque que dá título a este colóquio), a ficção tem a capacidade de articular e aprofundar as questões que em seu desgoverno o real encobre. Assim, ansiando por escapar da febre de viver, o leitor pode encontrar no texto ficcional não apenas um sedativo, mas um instrumento para interpretar as origens da febre e seus possíveis desdobramentos, preparando-se, através da reflexão suscitada pela leitura, para enfrentar as novas e velhas desordens mundiais.

Na sua oitava edição, o Centro de Estudos Portugueses da UFPR convida seus participantes a discutirem, a partir de suas pesquisas na área da literatura portuguesa e afins, o alcance da ficção em contextos de crise.
 

Programação:
 
08/12/20 10h30 às 12h (Moderação: Marcelo Sandmann)

Edson Santos Silva (UNICENTRO): “Corpos que desejam, desejos que se negam e sexualidades empedernidas em Cartas Portuguesas, O Gigante Adamastor e Negra Bá”
Henrique Marques Samyn (UERJ): “Florbela: a transgressão pelos afetos”

09/12/20 10h30 às 12h (Moderação: Antonio Nery)

Maria Serena Felici (UNINT/Roma): “As intermitências da vida: a mão esquerda de Marcenda e a semântica da morte em O Ano da Morte de Ricardo Reis”
José Carvalho Vanzelli (UFPR): “Portugal, Japão e a Literatura”

10/12/20 10h30 às 12h (Moderação Patrícia Cardoso)

Sérgio Sousa (Universidade do Minho): “Camilo e as desordens do mundo liberal e burguês”
Sandra Leandro (Universidade de Évora): “Por que todos os risos vão desafiar»: visões da pandemia no desenho humorístico”.

 

A programação será transmitida pelo Canal da Pós-Graduação em Letras da UFPR, no Youtube: https://www.youtube.com/PósGraduaçãoemLetrasUFPR/

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