Quinta-feira, 28 de Março de 2024
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Medievalismos luso-tropicais, orientais e pós-luso-tropicais

Início: Fim: Data de abertura: Data de encerramento: Países: Portugal

Chamada para trabalhos, Estudos Medievais, História

Medievalismos luso-tropicais, orientais e pós-luso-tropicais:
encruzilhadas da definição da Idade Média portuguesa como passado do Brasil. c. 1850-c. 1980
9-10 de Maio, 2019
Lisboa, Nova FCSH

 

Produto da colonização portuguesa e dos processos políticos das épocas moderna e contemporânea, o Brasil é uma nação cuja identidade, à semelhança das restantes nações americanas, tem sido construída sobretudo com base num passado pós-medieval. Esta caraterística, porém, não tem impedido que elementos da Idade Média europeia, e especificamente portuguesa, tenham surgido e sido incorporados na cultura histórica brasileira, influenciando a imagem que os brasileiros criaram sobre si próprios. Particularmente relevante foi a obra de Gilberto Freyre (1900-1987), intelectual cujas teses foram alvo de uma especial apropriação política por parte do Estado Novo em Portugal, mas que também marcaram de forma indelével as narrativas sobre a identidade nacional brasileira. A ideia do Portugal medieval como “melting pot” de culturas diversas (cristãos, muçulmanos e judeus), embora já defendida por vários autores desde o século XIX, serviria de base para as teorias de Freyre em torno de uma suposta “propensão portuguesa” para o bom relacionamento com os povos tropicais – teorias estas que, na altura da sua produção, foram alvo de fortes polémicas no Brasil e que seriam mais tarde descritas como “luso-tropicalismo”.

Decorridos mais de 30 anos sobre a morte de Gilberto Freyre, o Instituto de Estudos Medievais (IEM), o Instituto de História Contemporânea (IHC) e a revista Práticas da História abriram um espaço de discussão académica sobre os usos da Idade Média na construção da(s) identidade(s) luso-brasileira(s) nos séculos XIX e XX. Na sequência de um primeiro seminário exploratório, realizado em abril de 2018, reunindo as conclusões deste e abrindo novos caminhos, será realizada uma conferência nos dias 9 e 10 de maio na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Entre os tópicos sugeridos incluem-se:

  • Os contextos culturais e políticos de produção do “luso-tropicalismo” e a sua relação com as várias representações da Idade Média portuguesa;
  • Os autores que influenciaram as teorias de Gilberto Freyre sobre o Portugal medieval;
  • A relação entre as teorias de Gilberto Freyre e discursos e representações orientalistas de Portugal e do Brasil;
  • O modo como tem sido interpretada, na historiografia portuguesa e brasileira contemporânea, a “influência do Portugal medieval” no desenvolvimento da sociedade brasileira até à atualidade, atendendo às diversas visões (de cariz mais “tradicionalista” ou “progressista”) sobre a Idade Média portuguesa que se desenvolveram ao longo do século XX.

Instruções para o envio de propostas para comunicações
As propostas, consistindo num abstract até 300 palavras e numa pequena nota biográfica (até 60 palavras), deverão ser enviadas até ao dia 10 de março de 2019, para medievalismos@fcsh.unl.pt, numa das seguintes línguas: português, inglês, francês ou espanhol.

A divulgação das propostas aceites será feita por e-mail no dia 25 de março.

Um volume de textos selecionados por arbitragem científica será publicado em 2020
Uma versão escrita das comunicações, contendo entre 6 000 e 10 000 palavras e seguindo as normas de submissão da revista Práticas da História, deverá ser enviada para o e-mail referido até ao dia 30 de novembro de 2019.

Após decisão positiva dos pareceristas anónimos, a versão final dos artigos submetidos será publicada num número temático da revista Práticas da História, previsto para a segunda metade de 2020.

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