Entre a primavera e o verão de 1871, numa sala alugada do então Casino de Lisboa do Largo da Abogoaria (hoje Largo Bordalo Pinheiro), começou e terminou uma aventura intelectual que teria marcado a história do pensamento português. Proibidos pela polícia por suspeita de sedição, os encontros das Conferências Democráticas visavam abrir um debate sobre a verdadeira regeneração sócio-política do País, sobre temas fundamentais como a filosofia, a história, a ciência e a nova literatura, com o objetivo de ligar Portugal ao “movimento moderno” europeu. Antero de Quental, o filósofo, o poeta, o intelectual daquela Geração de 70 que abalou o optimismo conservador da Regeneração, teria chamado aquela época de “uma aurora à qual não seguiu dia”.

Precisamente no dia 27 de maio de 1871, Antero de Quental abriu aquele ciclo que se devia debruçar sobre as condições sociais, políticas e culturais de Portugal numa Europa em turbulência, com a conferência Causa da decadência dos povos peninsulares. 150 anos depois, a Cátedra Antero de Quental (Camões, IP / Universidade de Pisa), com o patrocínio do Centro de Estudos Anterianos de Vila do Conde e da Associação Italiana de Estudos Portugueses e Brasileiros (AISPEB), deseja celebrar aquele momento com dois ciclos de seminários durante os quais investigadores, especialistas, estudiosos italianos e portugueses discutirão temas relacionados com as Conferências, os personagens que as animaram, as ideias que circularam poderosas, atualizando a cultura e a sociedade portuguesa da época.

O evento está dividido em dois ciclos: o primeiro realizar-se-á de 27 de Maio a 24 de Junho 2021, enquanto o segundo terá início no outono.

Link (Plataforma Microsoft Teams): ​​https://www.fileli.unipi.it/c/210527-150-anos-confdem