Quinta-feira, 25 de Abril de 2024
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IV Congresso Internacional de Cultura Lusófona Contemporânea 2021

Início: Fim: Data de abertura: Data de encerramento: Países: Portugal

Chamada para trabalhos, Estudos Lusófonos, Literatura, Lusofonia

O IV Congresso Internacional de Cultura Lusófona Contemporânea (CICLC 2020), que aconteceria em junho de 2020, tem nova data: 1 e 2 de julho de 2021, em formato presencial (ou, se não for possível, virtual). Os investigadores interessados podem participar da 3ª Chamada para trabalhos que está aberta até 31 de outubro de 2020. O evento, organizado pelo Instituto Politécnico de Portalegre (ESECS/IPP) tem como tema: " Crônica: Entre o Útil e o Fútil."

Eixo Temático

Em 2020, o IV Congresso Internacional de Cultura Lusófona Contemporânea (CICLC 2020) une-se às celebrações do 25º aniversário da licenciatura em Jornalismo e Comunicação da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais / Instituto Politécnico de Portalegre (ESECS/IPP), ao escolher como tema a crónica.

Etimologicamente derivada de chronos – tempo -, a crónica confundiu-se com a historiografia até ao século XIX, quando a expansão da imprensa e do jornalismo a reinventam e a fazem renascer com a feição que hoje lhe conhecemos.

Ao afirmar que a “crónica é como que a conversa íntima, indolente, desleixada, do jornal com os que o leem”, Eça de Queirós cunha, no Distrito d’ Évora (1867), uma das primeiras definições da crónica moderna. Antes, Machado de Assis (1859) atribuíra ao folhetinista, o antecessor imediato do cronista moderno, a capacidade da “fusão admirável do útil e do fútil”.

Contemporaneamente, o termo “crónica” parece ser um termo guarda-chuva, que recobre uma panóplia de curtos textos de autor, cuja divulgação é feita através dos media, mas cujos objetivos e funções são muito diversas. Assim, a crónica é opinião e argumentação; é comentário da atualidade; é esclarecimento; é divertimento; é relato; é exercício literário; é experimentação artística; é séria; é divertida; informa; ensina; convence; é esquecida; é lembrada.

Não admira que, face à plasticidade que manifesta, a crónica continue a ser um problema para os seus cultores. Manuel António Pina, por exemplo, numa das suas crónicas interroga-se: “E o que é isto de crónicas? Se me perguntam (…) não sei o que é, se me não me perguntam, sei”. António Lobo Antunes chama-lhes “prosinhas”, “literatura alimentar”, lamentando que a escrita da crónica lhe roube tempo da escrita do livro, essa tarefa maior do escritor.

Também no espaço lusófono se acumulam exemplos de cronistas consagrados. Machado de Assis, Clarice Lispector, Rubem Braga, Luís Fernando Veríssimo, no Brasil; José Eduardo Agualusa em Angola; Mia Couto em Moçambique são apenas alguns dos nomes que podem ser apresentados como exemplo de cronistas.

A notoriedade da forma, atestada pela sua prevalência nos media tradicionais, pela migração da forma para plataformas online, a par da fortuna que goza no mercado editorial, parece ir ao encontro de uma nova máxima popular: a lusofonia é uma nação de cronistas.

O CICLC 2020 convida à participação de estudiosos de campos diversificados, interessados no estudo da crónica, nas suas diversas facetas e usos. As propostas poderão contemplar os seguintes tópicos, entre outros:

  •     Crónica na imprensa, rádio, televisão e nos meios digitais
  •     Crónica, opinião e política
  •     Crónica, divulgação e crítica cultural
  •     Crónica e crítica
  •     Crónica e formação de públicos
  •     Escritor@s cronistas e cronistas escritor@s
  •     Crónica e suas relações com outros géneros literários
  •     Crónica e viagens
  •     Crónica, ilustração e fotografia
  •     Crónica e humor
  •     Linguagem da/ na crónica
  •     Crónica como género textual

 

Mais informações acerca do evento podem ser consultadas na página do IV Congresso Internacional de Cultura Lusófona Contemporânea e através do e-mail 2020.CICLC@gmail.com.

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