Quinta-feira, 25 de Abril de 2024
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III Colóquio Internacional de Línguas Estrangeiras

Início: Fim: Data de abertura: Data de encerramento: Países: Portugal

Chamada para trabalhos, Ensino Superior, Língua, Linguística, Tradução

Politicamente incorreto: será o mundo dos poliglotas?

III Colóquio Internacional de Línguas Estrangeiras

(III CILE)

Data: 30-31 outubro 2019

Organização: Departamento de Línguas Estrangeiras, ESE-IPB

Local: Escola Superior de Educação Instituto Politécnico de Bragança


Ao longo da história, várias línguas se assumiram como lingua franca pela conquista, pelo comércio e pela conversão religiosa (cf. Ostler, 2011), inevitavelmente associadas à construção de impérios. Vejam-se os exemplos do grego, latim, português, espanhol, alemão, francês e inglês. Tal evidência resultou numa uniformização linguística, cultural e política, ainda que a par destas coexistissem as línguas vernáculas. A valorização das culturas nacionais, sob os auspícios do pluralismo cultural herderiano, ganhou novo fôlego com a recuperação de tradições e costumes, literatura tradicional (cf. Contos dos Irmãos Grimm, o Romanceiro de Almeida Garret, Rimas y leyendas de Gustavo Adolfo Bécquer ou os Cuentos de Encantamiento de Fernán Caballero) e variedades linguísticas consideradas exóticas. No entanto, e paradoxalmente, nasce também a noção de norma padrão ou de prestígio que faz parte do discurso das nações em processo de afirmação, ou seja, se por um lado se defendem as peculiaridades linguísticas, por outro, procura-se abafá-las para que estas sejam substituídas pelas línguas nacionais em emergência. Com o desenvolvimento do método comparativo e a descoberta das famílias das línguas (com base no seu parentesco), impõe-se também um processo de prescritivismo linguístico que só se vai paulatinamente desconstruindo durante o século XX. Com base nestes novos princípios, começa a falar-se de línguas de prestígio (ou prestigiadas) a par de línguas minoritárias (ou menorizadas) social ou culturalmente, criando-se estigmas linguísticos que pouco favorecem o convívio transcultural e translinguístico. O prestígio inerente a determinadas variedades em nada se relaciona com categorias morais ou éticas, mas antes com a ideologia de que destas emana. No contexto atual, o inglês, como uma das últimas lingua franca, impõe-se nas organizações internacionais e multinacionais como a ponte linguística preferencial, senão mesmo a única. O uso de uma língua única leva-nos a questionar se esta postura não será politicamente incorreta, demasiado redutora de uma realidade por natureza multilinguística. Nesta linha de pensamento, apresentamos o desafio de contrariar esta tendência monolinguística e uniformizadora, valorizando também todas as línguas e culturas sem preconceitos. Esta será a premissa principal que irá nortear o debate do III CILE, uma vez que acreditamos que a aprendizagem de uma panóplia de línguas estrangeiras pode abrir portas ao diálogo, ultrapassar fronteiras e enriquecer culturas. No mundo atual, que afirma fronteiras e reafirma identidades para ultrapassar a desconexão e a incomunicabilidade, acreditamos no poliglotismo natural dos espaços transfronteiriços, no cosmopolitismo cultural secular e na porosidade dos mesmos. Atualmente, já não basta falar uma só língua estrangeira, a globalização, a “desterritorialização”, a “deslocação” das migrações, da diáspora e do exílio exigem que sejamos poliglotas capazes de nos exprimirmos para estabelecer relações interculturais e, como afirma Edward Said, cultivar a percepção da diversidade em termos de diferentes mundos e tradições (Said, 2007). Os benefícios do multilinguismo são enormes para nos auxiliar a ultrapassar o fosso linguístico entre culturas. A língua deixa de ser pátria porque todas elas serão meramente temporárias (Said, 1996). Atravessar fronteiras leva a romper barreiras de pensamento e de experiência, levando-nos a despertar para uma aprendizagem plural de línguas, para a reconquista da Torre de Babel. 

Propõem-se assim os seguintes temas e tópicos de interesse para discussão, além de outros igualmente pertinentes:

  • As línguas estrangeiras como exclusão vs. inclusão nas migrações
  • Os escritores poliglotas
  • As línguas menorizadas vs. línguas prestigiadas
  • A força das línguas mortas
  • As línguas francas na história
  • Monolinguismo vs. Plurilinguismo
  • LE/cultura, memória e identidade
  • Tradução e ensino das LE

Prazos e outras informações:

  • 8 de março: prazo final para a receção de propostas
  • 9 de março: 2.ª chamada
  • 29 de março: fecho da 2.ª chamada
  • 30 de abril: notificação dos autores, incluindo aqueles que não queiram submeter artigo para publicação
  • 15 de junho: entrega dos artigos para o processo de dupla revisão cega
  • 31 de julho: notificação dos autores para correções finais dos artigos
  • 15 de setembro: entrega final dos artigos
  • A publicação dos trabalhos selecionados será realizada em formato de atas, disponibilizadas em linha, com a atribuição de ISBN.
  • Aceitam-se um máximo de 2 trabalhos por autor, seja individual, seja em conjunto
  • Informações através do email: cile@ipb.pt
  • Página web do evento: http://cile.ipb.pt/
  • Plataforma de submissão de resumos: http://conferencias.ese.ipb.pt/

Inscrições (inclui pausas para café, atas dos anteriores colóquios e publicação das atas do III CILE):

  • Inscrição membros da APEF e da ReCLes.pt: 60€
  • Inscrição membros da APEF e da ReCLes.pt após 20 de setembro ou no próprio CILE: 80€
  • Inscrição “early bird” até 20 de Setembro 2019: 80€
  • Inscrição após 20 de setembro ou no próprio CILE: 100€
  • Inscrição dos alunos do IPB: 20€

Comissão Organizadora ESE-IPB:

  • Alexia Dotras Bravo
  • Ana Maria Alves
  • Cláudia Martins
  • Dominique Guillemin
  • Elisabete Mendes Silva
  • Isabel Chumbo

Comissão Científica:

(em construção)

Apoios: APEF e ReCLes.pt

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