Quinta-feira, 25 de Abril de 2024
Congressos

II Encontro Nacional e IV Seminário de Gênero, Memória e Identidade

Início: Fim: Data de abertura: Data de encerramento: Países: Brasil

Chamada para trabalhos, Ciências Humanas e Sociais, Género

O grupo de Estudos e Pesquisa Geni (Gênero, Memória e Identidade) da Universidade Federal do Maranhão promove o II Encontro Nacional e IV Seminário de Gênero, Memória e Identidade, que será realizado nos dias 18 a 21 de março de 2019, na Universidade Federal do Maranhão, campus Bacanga, na cidade de São Luís, Maranhão. As submissões para envio de trabalhos estão abertas até dia 10 de março de 2019.

Dispositivo da sexualidade: prazeres e perigo

A perspectiva adotada é a de que a sexualidade é um dispositivo histórico e não um dado da natureza ou uma essência pertencente ao domínio interno dos sujeitos. De acordo com o teórico francês Michel Foucault, a sexualidade é uma [...] grande rede da superfície em que a estimulação dos corpos, a intensificação dos prazeres, a incitação ao discurso, a formação dos conhecimentos, o reforço dos controles e das resistências, encadeiam-se uns aos outros, segundo algumas grandes estratégias de saber e poder (FOUCAULT, 1998, p. 100).

Nesse sentido, a proposta é discutir como as concepções de “prazer e perigo” são construções discursivas encadeadas a partir de relações de poder-saber. Um dos significados centrais construídos em nossa sociedade em torno da noção de sexualidade é justamente a de que os prazeres sexuais são perigosos, pois ameaçariam a ordem social. Esses prazeres, enquanto componentes do dispositivo da sexualidade, no entanto, são construções sociais e históricas baseados na heteronormatividade, que classifica determinadas pessoas, coletividades e expressões da sexualidade como desviantes, anormais e estigmatizantes, por não se enquadrarem em referências legítimas. No tocante às práticas sexuais, expressões e manifestações de prazeres, esse dispositivo histórico, que é heteronormativo, classifica a sexualidade como “boa” ou “má, estabelecendo limites do que é permitido ou proibido e criminalizado.

Atualmente, presenciamos no contexto brasileiro um crescimento de discursos conservadores que reforçam essa concepção, relacionando qualquer menção à sexualidade não reprodutiva e heterossexual como algo ideológico e perigoso, envolto de pânicos morais. De acordo com Stanley Cohen (1972), o conceito de pânicos morais serve para pensar na maneira como a mídia, a opinião pública e os agentes de controle social reagem a determinados rompimentos de padrões normativos. Esse conceito permite entendermos como processos de mudanças sociais podem causam grande temor e medo, uma vez que poriam em risco a estabilidade de formatos tradicionais de instituições, como família, casamento, religião.

Nas Ciências Sociais e Humanas, a temática que envolve a sexualidade, prazeres e perigos abarca uma grande amplitude de discussões, como pensar questões referentes à orientações sexuais não normativas (LGBTQI), convenções de erotismo, mercado de consumo de bens eróticos e pornográficos, práticas sadomasoquistas e BDMS (bondage, disciplina, dominação e submissão), prostituição, pedofilia, dentre outros. É visando ampliar esse campo de estudos e dialogar com questões atuais, de cunho político, econômico e social que propomos a temática do Evento Nacional. 


Grupo de Estudos e Pesquisa Geni (Gênero, Identidade e Memória)

O Grupo de Estudos em Gênero, Memórias e Identidades (GENI), realiza desde 2002, reuniões semanais para discussões de obras de pesquisadores/pesquisadoras influentes nas temáticas gênero, sexualidade e estudos feministas; apresenta resultados de pesquisas, promove estudos dirigidos e orientações coletivas. Como resultados de pesquisas acadêmicas, os membros do GENI já publicaram, em 2015, o livro Fazendo e Desfazendo Gêneros e está prevista a segunda edição para 2019. Em âmbito local, já organizou minicursos, mesas redondas, conferências e jornadas abertas ao público. Além disso, tem igualmente participado de audiências públicas, interagido com diversos movimentos sociais, bem como sido agraciado com prêmios locais pela qualidade de sua produção cientifica. Em 2016, o GENI realizou I Seminário de Gênero, Memória e Identidade (GENI): Simone de Beauvoir, contribuições e releituras. Em 2017, realizou o II Seminário de Gênero, Memória e Identidade (GENI): comemoração de 15 anos do GENI, em contexto de festa e avanços nas ações do grupo no Maranhão, com grande receptividade do público, envolvendo rodas de conversas e minicursos para trocas de experiências sobre as produções de gênero no Estado do Maranhão com pesquisas pioneiras. Em 2018, foi ampliada a estrutura do evento para o caráter nacional, possibilitando a participação da comunidade acadêmica de todo o Brasil, com as atividades de minicursos, apresentação de comunicações orais em Grupos de Trabalhos, painéis, mesas redondas e mostras artísticas e culturais.


Mais informações no blog do evento: http://grupogeniufma.blogspot.com/

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