Quarta-feira, 24 de Abril de 2024
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CONLAB2020 | GT40: Impressos, Censura e Utopias: Espaços Entrelaçados no Século XX

Início: Fim: Data de abertura: Data de encerramento: Países: Portugal

Chamada para trabalhos, Ciências Humanas e Sociais, História

GT40: Impressos, Censura e Utopias: Espaços Entrelaçados no Século XX

Coordenação: Noemi Alfieri (CHAM - Centro de Humanidades, FCSH - UNL, UaC); Helena Wakim Moreno (PPGHS-FFLCH-USP/IHC-FCSH-UNL); Mário Augusto Medeiros da Silva (DS-IFCH-UNICAMP); Milton Correia (FCSF-UP)

O grupo de trabalho pretende discutir as trocas culturais e intelectuais, a circulação e recepção de impressos ao longo do Século XX, no espaço de língua oficial portuguesa na Europa, África e América. Os impressos são aqui entendidos como objectos de difusão material de cultura e ideias, tanto na sua qualidade de textos escritos (livros, periódicos, diários, cadernos, cartas, panfletos...), como na de construção e reprodução visual (desenhos, fotografias, ilustrações, pôsters, folhetos e manifestos). Por vezes, a circulação e/ou produção de impressos por essas geografias esteve atrelada a circulação de pessoas, ativistas, intelectuais e/ou indivíduos considerados subversivos aos regimes autoritários. Ao questionar as redes, os constrangimentos e os factores que influenciaram estes saberes em movimento, o painel visa abrir um canal de reflexão sobre a construção de espaços utópicos que questionaram a realidade social, política, económica e/ou cultural no âmbito luso-afro-brasileiro. Tais projectos alternativos de organização humana, fossem eles concebidos numa perspectiva nacional ou transnacional, acompanharam as vicissitudes políticas dos espaços de nosso interesse, implicando um raciocínio cujo resultado se concretizou ora em projectos alternativos às distopias do presente histórico, ora em convulsas euforias utópicas. Inserimos, na primeira categoria, as produções que circularam contrariando aparatos repressivos e censórios, tais como a instituição do Estado Novo português, do Estado Novo e da Ditadura Militar no Brasil passando pelas vicissitudes da guerra colonial/lutas de libertação, da resistência à Ditadura Militar e da guerra fria. A segunda - e não menos problemática - categoria abrange, no nosso entender, elaborações culturais em correspondência e sucessivamente a eventos que subverteram, de forma por vezes radical, esses espaços frequentemente entendidos como distópicos: o 25 de Abril, as Independências africanas e a redemocratização do Brasil, entre outros.

Encorajamos que os trabalhos propostos se atentem para as aproximações e/ou conexões de diferentes territórios do espaço luso-afro-brasileiro ou se debrucem sobre impressos de ou sobre esses espaços e suas articulações com fóruns e comités internacionais. Com isso, o intuito é ensejar reflexões sobre as conexões entre os mecanismos censórios e coercitivos, bem como a construção de redes clandestinas ou não de circulação de impressos e a construção de utopias que entrelacem essas cartografias.

Pretende-se, neste sentido e relativamente aos mencionados espaços, trazer contributos de várias áreas, que abordem um ou vários entre os seguintes núcleos temáticos: 

  • Mecanismos repressivos, censórios e auto-censórios;
  • Produção, circulação e recepção clandestina de impressos;
  • Reflexões de indivíduos em condição de migração, exílio ou encarceramento político;
  • Construção de redes de solidariedade, em fóruns e comités locais e internacionais;
  • Circulação de impressos e de ideias.
  • Utopias em trânsito: conexões e recepção.
  • Género e minorias em movimento.

Numa perspectiva interdisciplinar pretendemos, ainda, discutir quais as repercussões actuais derivantes da circulação destes impressos, e das ideias por eles veiculadas. Terão as nossas sociedades reflectido suficientemente sobre as dinâmicas de difusão e afirmação destes projectos? Quais novas utopias estão a eles associados, e quais os riscos ligados a um seu eventual esquecimento?

Mais informações e submissões directamente ao link http://ailpcsh.org/conlab2020/

Submissões até 31 de Dezembro de 2019

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