Nos dias 4 a 5 de abril, irá decorrer o colóquio “Paisagem marítima de Moçambique: património e ordenamento” na sala 2.5 do Edifício da Matemática, Polo I da Universidade de Coimbra com a coordenação de Larsen Vales & Walter Rossa.

Moçambique é um país situado na costa sudeste de África, sendo banhado pelo oceano Índico numa extensão de 2.700 Km. Com uma população de mais de 28 milhões de habitantes, cerca de dois terços residem na faixa costeira, configurando assentamentos populacionais que diferem na génese e nas lógicas formais, ocupacionais e funcionais, mas com desafios urbanísticos que se afiguram cada vez mais comuns.

É uma população culturalmente muito diversificada num território longe de ser uniforme, o que proporciona dinâmicas notavelmente diferentes. Nelas o mar emerge como o elemento comum e indivisível, ou não estivesse desde sempre presente nas metamorfoses do território e dos habitantes. Mar que é incontornável nas abordagens sobre o património cultural dessas gentes e, quiçá, contenha um insuspeito e estrutural potencial de coesão. Faz, assim, cada vez mais sentido pensar, de forma integrada, o desenvolvimento do país, em geral, e das zonas costeiras, em particular, tendo como principal operador o património cultural resultante da relação dessa população com o mar. Isto, num contexto em que o desenvolvimento, metodológica e sistematicamente, se potencia através do ordenamento do território. E também assim se procura o entrosamento, com expressão espacial, das diferentes políticas e estratégias.

Abordar a paisagem cultural costeira como um ativo urbanístico de dimensão ambiental, social e económica, enquadrado entre a língua e o território, e cruzando o passado, o presente e o futuro, permitirá perceber, através de perspetivas e experiências locais e de outros quadrantes, que desafios emergirão da utopia de não apenas viver do mar, mas com o mar.

É com esse mote que nos dias 04 e 05 de abril de 2022, terá lugar na sala 2.5 do Edifício da Matemática sito no Polo I da Universidade de Coimbra este colóquio, que congregará investigadores de Moçambique, Portugal e França.

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Fonte: patrimonios.pt