Sexta-feira, 29 de Março de 2024
Congressos

Colóquio Internacional "Crises sanitárias e contestação no mundo ibero-americano"

Data de abertura: Data de encerramento: Países: França

Chamada para trabalhos, Estudos Ibero-Americanos

Chamada para Comunicações

Colóquio Internacional

Universidade de Lille 

Centro de Estudos em Civilizações, Línguas e Literaturas Estrangeiras (CECILLE)

"Crises sanitárias e contestação no mundo ibero-americano".

 

*este Colóquio realizar-se-á apenas em regime presencial.

 

A crise sanitária resultante da epidemia de Covid-19 modificou irreversivelmente, e continua a modificar de modo irreversível, as relações sociais, económicas e culturais à escala global, o que faz desta crise um acontecimento sem precedentes na história recente da humanidade.  O Covid-19 expos claramente as desigualdades sociais, facto que na América latina adquiriu uma dimensão singular devido à especificidade da sua estrutura socioeconómica: um grande número de empregos informais, as dificuldades de acesso aos cuidados de saúde, a densificação dos espaços urbanos, etc. Embora as doenças contagiosas e infeciosas sejam sem dúvida um problema de longa data, a epidemia de coronavírus mergulhou o mundo numa crise sanitária sem precedentes, intensificada pelas características das nossas sociedades profundamente interligadas não só no setor das comunicações mas também dum ponto de vista geográfico.

Certas consequências desta crise são ainda imprevisíveis; até à data vários domínios sociais, como o turismo, a educação, as atividades culturais, os padrões laborais, têm sido afetados. Peritos, políticos e leigos discutem publicamente as causas, o desenvolvimento e as consequências da epidemia, produzindo uma série de discursos sobre o que se entende por pandemia, crise, epidemia, etc. A partir do ponto de vista de várias disciplinas das ciências sociais e humanas, pretende-se suscitar o debate em torno da representação da pandemia no mundo ibero-americano, colocando em perspetiva os antecedentes, as causas, as sinergias e as consequências desta e de outras crises sanitárias.  

A emergência e legitimação do Estado moderno, com as suas capacidades coercivas ou, para utilizar a terminologia de Foucault, a instauração do regime do biopoder, enquadram esta reflexão que poderá também estender-se a outras sanitárias ocorridas num passado mais ou menos recente (sífilis, gripe espanhola, SIDA, etc.).

Pretende-se também analisar as reações coletivas às medidas de controlo social impostas pela pandemia e o modo como estas medidas se repercutem nos setores político (veja-se por exemplo o discurso da extrema-direita em Espanha ou a mobilização no Chile a favor de uma nova constituição), económico (o fluxo e refluxo da chamada "turismofobia") ou cultural (o potencial subversivo do “teatro confinado” ou a expansão das plataformas de streaming - Netflix, HBO, Amazon Prime ou Movistar).

Em suma, propõe-se uma reflexão não só sobre as mudanças socioeconómicas provocadas ou resultantes desta ou de outras crises sanitárias mas também sobre as potencialidades da criação cultural quando se trata de responder, integrar ou modificar o discurso médico-político dos organismos governamentais da América Latina, Espanha e Portugal.

Eixos temáticos (não exaustivos)

Covid 19 crise e controlo: Como é que os cidadãos têm lidado com as restrições de liberdade ao longo desta crise sanitária? De que modo é que a a ação do Estado em relação ao corpo dos cidadão tem vindo a mudar? Como é que a reconfiguração das técnicas de controlo do corpo é internalizada pelos indivíduos?

Covid 19 crise e mobilidade: Em que medida é que a pandemia afeta as indústrias da mobilidade: turismo, transporte de pessoas e bens, etc.? Como é que os Estados latino-americanos, onde estas indústrias têm grande peso económico, reagiram às restrições à circulação?

Covid 19 crise e democracias: Como é que as democracias estão a lidar com a crise e quais as  consequências dessa gestão para a vida quotidiana: restrição das liberdades individuais, estado de vigilância permanente, controlo médico, etc.?

Crise da Covid 19 e outras crises sanitárias: Será que estamos de facto perante uma crise sem precedentes pelas suas consequências nos planos social, politico, económico e cultural (ver, por exemplo, outros contextos de crises sanitárias: gripe espanhola, gripe aviária, etc)?.

Covid 19 crise, meios de comunicação e redes de informação digital: Como é que a crise sanitária foi tratada pelos meios de comunicação digitais e tradicionais? De que modo é que a desinformação sobre a pandemia circulou através das redes sociais e em que medida é que ela afetou a compreensão da crise?

Calendário

20/12/2021 : Envio das propostas de comunicação por e-mail para health.crisis.counteractions@gmail.com (Línguas aceites : inglês, francês, espanhol, catalão e português). Incluir título, resumo de 500 palavras, 3 a 5 palavras-chave, bibliografia e breve biografia do(s) autor(es) em 5 linhas).

24/01/2022 : emissão do parecer sobre as propostas 

29/07/2022 : envio do texto integral (máximo 50.000 caracteres incluindo bibliografia)

22-24/09/2022 : Abertura do Colóquio (em regime presencial) na Universidade de Lille - Maison de la recherche (edifício F),  59800 - Villeneuve d'Ascq.

* Não é exigida qualquer taxa de inscrição. As despesas de viagem poderão ser cobertas pela organização.

Comissão organizadora: 

Javier Jurado (Université de Lille - CECILLE)

Patricia Novillo-Corvalán (University of Kent)

Nadia Lie (KU Leuven)

Elizabeth Amann (Université de Gand)

Camila Pérez Lagos (MCF à l’ISTC Lille - CCMR/CIM)

Marina Ruiz Cano (PRAG Université de le Mans)

Comissão científica: 

Aingeru  Genaut Arratibel (Profesor Agregado de la Facultad de Ciencias Sociales y de la Comunicación. Departamento de Periodismo, Universidad del País Vasco / Euskal Herriko Unibertsitatea).

Alexander Ortega Marín (ATER en Espagnol à l’Université de Paris. Crimic).

Camila Cárdenas Neira (Docente del Instituto de Comunicación Social, Universidad Austral de Chile).

Camila Moreira Cesar (MCF  en SIC, IRMÉCCEN (EA 7546), Université Sorbonne Nouvelle).

Cristian González Arias (Profesor titular en el Instituto de Literatura y Ciencias del Lenguaje - Pontificia Universidad Católica de Valparaíso - Chile).

Daniel Barredo Ibanez (Universidad del Rosario, Colombia / Fudan University, China).

Gustavo Gomez Mejia (MCF en SIC, Université de Tours - PRIM).

Helena Martins (Professora Universidade Federal do Ceará (Brasil), líder do  Telas - Laboratório de pesquisas em Economia, Tecnologia e Políticas da Comunicação).

Jacques Ibanez Bueno (PR en SIC, Université Savoie Mont Blanc LLSETI - LLSH).

Luis Cárcamo Ulloa (Profesor Instituto de Comunicación Social - Universidad Austral de Chile).

Miguel Ezequiel Badillo Mendoza (Docente asociado ECSAH - Colombie).

Nataly Botero (MCF en SIC, Université de Bourgogne, laboratoire CIMEOS).

Próspero Morán (Profesor Ciencias de la Educación, Universidad de Oviedo, España)

Roberto Alejandro Lopez Novelo (Profesor Facultad de Comunicación, Universidad Anáhuac México).

Rocío González Naranjo (MCF en Español, Université Catholique de l’Ouest Bretagne-Sud, laboratoire Héritages et Constructions du texte à l’image de l’Université Bretagne Sud).

Sara Loiti Rodríguez (Profesora en Periodismo, Universidad del País Vasco)

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