Sexta-feira, 29 de Março de 2024
Congressos

Chamada para trabalhos: XXXV Congresso da Associação Alemã de Romanistas

Início: Fim: Data de abertura: Data de encerramento: Países: Suíça

Chamada para trabalhos, Estudos Românicos, Língua, Linguística

Está aberta chamada a contribuições para o XXXV Congresso da Associação Alemã de Romanistas que acontece de 8 a 12 de outubro na Universidade de Zurique. Os trabalhos serão selecionados para a Seção 12: Estruturas extraromânicas organizada pelos investigadores Miguel Gutiérrez Maté, Uli Reich, Melanie Uth e Maria del Mar Vanrell Bosch. O prazo máximo de envio é o 31 de dezembro.

Eixo temático

A nossa seção visa descrever e explicar estruturas sintáticas e fonológicas presentes em sociedades multilíngues em que línguas românicas convivem com línguas de outras famílias linguísticas, de constelações tipológicas e gêneses históricas diferentes. A nossa pergunta norteadora é tão velha quanto a própria pesquisa em contato de línguas e multilinguismo:

Podem-se formular restrições linguísticas (específicas ou tipológicas) na interação de sistemas gramaticais em manifestações multilíngues?
Tentaremos responder essa pergunta comparando diferentes fenômenos apanhados de maneira precisa e transparente em bases empíricas bem controladas. Escolhemos três domínios linguísticos que diferem substancialmente no que diz respeito às particularidades de sua expressão por um lado e ao rendimento semântico e pragmático por outro lado. É justamente a comparação de domínios gramaticais muito diferentes que nos parece frutífera para a formação teórica que está no alvo da nossa seção.

1. Morfologia, sintaxe e entoação da estrutura informacional, incluindo também miratividade e evidencialidade além de foco e fundo
Nas línguas românicas, a expressão de foco e fundo determina fortemente a forma dos contornos entoacionais. Outros aspectos dos conteúdos de formas entoacionais que podem ser atribuídos à estrutura informacional no sentido amplo, tangem a expectabilidade de proposições, descritas na tipologia morfológica como miratividade (DeLancey 2001). Evidencialidade (Aikhenvald 2004) não parece ter efeitos diretos sobre a entoação, mas está correlacionado ao foco de asserção (al. Verumfokus) que pode ser interpretado como certeza do falante (Vanrell et al. 2013). Por outro lado, muitas línguas africanas e americanas dispõem de formas morfológicas para a expressão da estrutura informacional. Como interagem essas opções de expressão em contextos multilíngues? Como se realiza a entoação em contextos, nos quais se falam línguas tonais ao lado de línguas românicas? Podem-se combinar tons lexicais ou gramaticais com entoação?

2. Fonologia métrica
A posição dos acentos primários e secundários, sua realização fonética e sua forma rítmica pertencem aos fenômenos linguísticos que são correlacionados já pela mera intuição com multilinguismo e que a linguística histórica tem proposto repetidamente como fator decisivo para a mudança linguística. Mesmo assim, a fonologia métrica atraiu pouca atenção na linguística de contato até agora. Como interagem algoritmos métricos que não carregam nem sentido semântico nem pragmático? Por outro lado, quanto estável se mostram acentos distintivos, nos planos lexical e morfológico, em sociedades plurilíngues?

3. Sintaxe da DP/NP, incluindo construções possessivas
A sintaxe de frases nominais e de suas determinadores, complementos e adjuntos forma estruturas finamente diferenciadas, nas quais as línguas do mundo diferem substancialmente. Encontramos diferenças fundamentais nos próprios inventários das categorias inerentes e relativas ao discurso, formando áreas geográficas interessantes, como por exemplo no domínio de sistemas de gênero: Os sistemas mais complexos se acham na África, as línguas europeias tomam uma posição intermediária, enquanto muitas línguas americanas e asiáticas parecem prescindir de gênero. As categorias relativas ao discurso como genericidade, definitude e especificidade mostram morfologia explícita, aparecem como epifenômenos de outras categorias ou, em algumas línguas, não têm nenhuma expressão. A sintaxe de determinadores, quantificadores e possessivos mostra diferenças altamente sutis. Como interagem gramáticas em contextos multilíngues nesse domínio? Podemos reconhecer restrições tipológicas ou paramétricas?
Gostaríamos de incentivar explicitamente trabalhos sobre cenários multilíngues nos quais participam línguas românicas e as grandes línguas ou famílias de línguas das Américas (algonquin, náuatle, maya, chibcha, quéchua, tupi-guarani), da África (do oeste da África e línguas bantu) e da Ásia (vietnamita, chinês), más aceitamos com prazer também trabalhos que se referem a cenários nos quais se falam línguas românicas ao lado do basco ou de línguas eslávicas ou germânicas.

Informações técnicas:
Pedimos aos linguistas interessados na participação em nossa seção que mandem propostas que não superem 500 palavras, às quais se podem acrescentar referências bibliográficas e gráficos por correio eletrônico a qualquer um dos quatro organizadores. Informaremos até dia 15 de janeiro de 2017 sobre sua aceitação.

Literatura

Aikhenvald, Alexandra Y. 2004. Evidentiality. Oxford: Oxford University Press.
Baptista, Marlyse & Jacqueline Guerón, ed. 2007. Noun Phrases in Creole Languages. Amsterdam: John Benjamins.
Corbett, Greville, ed. 2013. The expression of gender. Berlin/New York: De Gruyter.
Correa, José Alejandro. 2012. La entonación del criollo palenquero y del kateyano de San Basilio de Palenque (Colombia). In: Maglia, Graciela / Schwegler, Armin (eds). Palenque, Colombia. Oralidad, identidad y resistencia, 31-56. Bogotá: Pontificia Universidad Javeriana.
DeLancey, Scott. 2001. The mirative and evidentiality. Journal of Pragmatics 33, 369–382.
Hualde, José Ignacio & Armin Schwegler. 2008. Intonation in Palenquero. Journal of Pidgin and Creole languages 23/1, 1-31.
Lahiri, Aditi. 2015. Change in Word Prosody: Stress and Quantity. In Honeybone, Patrick & Joseph Salmons, eds. The Oxford Handbook of Historical Phonology, 219-244. Oxford: Oxford University Press.
Lipski, John. 2009. Pitch polarity in Palenquero. A possible locus of H tone. In: Colina, S. / Olarrea, A. / Carvalho, A. (eds.), Romance Linguistics 2009: Selected Papers from the 39th Linguistic Symposium on Romance Languages, 111-128. Amsterdam: John Benjamins.
Lipski, John. 2015. “Toned-up” Spanish. Stress → pitch → tone(?) in Equatorial Guinea. In: Tortora, Christina / den Dikken, Marcel / Montoya, Ignacio L. / O'Neill, Teresa (eds.), Romance Linguistics 2013: Selected papers from the 43rd Linguistic Symposium on Romance Languages (LSRL), New York, 17-19 April, 2013, 233-256. Amsterdam: John Benjamins.
Moñino, Yves. 2002. Las construcciones de genitivo en palenquero: ¿una semantaxis africana? In: Moñino, Yves / Schwegler, Armin (eds.), Palenque, Cartagena y Afro-Caribe: historia y lengua, 227-248. Tübingen: Niemeyer.
Mufwene, Salikoko S. 1993. Are there possessive pronouns in Atlantic Creoles? In: Francis Byrne / John Holm (eds.), Atlantic meets Pacific: A global view of pidginization and creolization, 133-143. Amsterdam: John Benjamins.
Rivera-Castillo, Yolanda. 2009. Subsystem interface and tone typology in Papiamentu. Studies in Language 33/2, 437-458.
Van der Wal, Jenneke / Veenstra, Tonjes. 2015. The long and short of verb alternations in Mauritian Creole and Bantu languages. Folia Linguistica 49(1), 85-116.
Vanrell, Maria del Mar, Ignasi Mascaró, Francesc Torres-Tamarit & Pilar Prieto. 2013. Intonation as an Encoder of Speaker Certainty: Information and Confirmation Yes-No Questions in Catalan. Language and Speech 56(2), 163–190.

Contato:

Miguel Gutiérrez Maté (Friedrich-Alexander-Universität Erlangen-Nürnberg: miguel.gutierrez@fau.de)
Uli Reich (FU Berlin: uli.reich@fu-berlin.de)
Melanie Uth (Universität zu Köln: melanie.uth@uni-koeln.de)
Maria del Mar Vanrell Bosch (Universitat de les Illes Balears: mm.vanrell@uib.cat)

Mais informações na página oficial do XXXV Congresso da Associação Alemã de Romanistas.

Informação relacionada

Enviar Informação

Mapa de visitas