Quinta-feira, 28 de Março de 2024
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Revista Jangada - Chamada para publicação - Dossiê: "Vozes d'além-mar: travessias literárias"

Início: Fim: Data de abertura: Data de encerramento: Países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Galiza, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor

Chamada para artigos, Literatura

Chamada para publicação - Revista Jangada - nr. 12

Dossiê: Vozes d’além mar: travessias literárias


Ao refletirmos sobre a diversidade de mundos e escolhas, vozes e ideias, fomos levados ao dossiê deste número, Vozes d’além-mar. Este, está intrinsecamente associado às literaturas de escritores cuja produção veio à luz em países em que a história é marcadamente ligada ao colonialismo. As abordagens são diversas: autores criando a partir dos influxos do colonizador, seja para aproveitá-los em proveito de sua expressão, seja para refutá-los em benefício de uma literatura que pudessem afirmar ser genuinamente resultado de suas vozes naturais.

Conscientes das controvérsias que pode suscitar o tema - e também dos seus limites -, propomos que a discussão dê margem a questionamentos sobre essas vozes; afinal, elas representam unidade ou diversidade? Para muitos, a questão é relativa, uma vez que a expressão é cunhada a partir do ponto de vista europeu, portanto, tudo o que estiver para além do Mar Negro, do Mediterrâneo, enfim, do outro lado, é passível de ser entendido como além-mar. Não por outra razão, a literatura produzida além-mar, para os europeus, quase sempre esteve associada ao exotismo.

Ao falarmos, então, dessas vozes, por que não entendê-las como vozes que militam por uma literatura do mundo, em tudo o que essa hipérbole pode compreender de heterogêneo, diverso e diferente? Qual o embate das ideias que circulam, navegam e aportam em diferentes portos? Como essas vozes se fazem compreender? As respostas, pressupomos, nos desafiam a uma abordagem pós-colonialista seja qual for o porto de partida – e de chegada. Todas as literaturas formadas, então, a partir deste grande projeto colonial se mostram profícuas para nossa discussão: textos em língua inglesa, francesa, portuguesa, espanhola e italiana, como por exemplo, os de Édouard Glissant, V.S. Naipaul, Mia Couto, João Cabral de Melo Neto, Eduardo Galeano, assim como toda uma gama de críticos e teóricos que atualmente se debruça sobre o assunto.

O que vemos em nossos dias é uma tentativa de melting pot de ideias, mas nem por isso podemos ignorar as fases, os estratagemas e os caminhos que auxiliam na construção de uma hipotética integração. A África e o Caribe, por exemplo, se perguntam, naturalmente, sobre a mestiçagem de culturas, e compartilham a noção de negritude. No entanto, se os tomarmos como referência, as literaturas produzidas ali são de fato multiculturais? Desenvolvem-se em convergência com outras culturas ou refutam culturas e ideias na tentativa de manterem suas especificidades locais? Quais os influxos que alteraram o acento dessas vozes, fazendo com que afinidades surjam a partir de qualquer nova interlocução?

Sem prejulgar as relações políticas, sobre as quais não nos pronunciamos aqui, em todas as travessias literárias a miscigenação é rica em significados. De qualquer forma e, em primeiro lugar, na forma talvez quase necessária de intertextualidade, a miscigenação coloca questões específicas na literatura: ela gera formas particulares de criatividade, resultado da mistura de diferentes culturas? Há o favorecimento ou não de um determinado gênero? Ela trata de temas específicos e particulares às culturas ditas subjugadas? Qual a dificuldade em assumir uma escrita e/ou um discurso mistos? Qual a satisfação em manter o barco na encruzilhada dos oceanos?

Esta questão traz ao menos alguma ênfase para trabalhos cuja reflexão trata de abordagens específicas que envolvem não só a hibridação de gêneros e culturas, mas, sobretudo, aqueles que tratam da representação do sujeito na literatura, algo que tem sido sempre uma incógnita, levando-se em conta o fato de que o próprio é uma variável, um vetor, uma matriz de inúmeras dimensões.

Isto posto, temos o prazer de convidá-los a submeter trabalhos para o número 12 da Revista Jangada (ISSN: 2317-4722), publicação eletrônica semestral, editada pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal de Viçosa - UFV, juntamente com um corpo de pesquisadores, artistas e escritores de diversas instituições de ensino públicas e privadas e organizações não governamentais. A Jangada publica artigos de caráter teórico-crítico que contemplem áreas cujo objeto de estudo seja a linguagem em suas diversas manifestações, tais como os segmentos de Estudos Literários, Crítica Literária, Tradução e Artes. São aceitos trabalhos redigidos em português, francês, espanhol e francês.

No intuito de fomentar o diálogo entre as várias etapas da vida acadêmica, aceitamos a submissão de artigos de alunos de pós-graduação, de professores e demais pesquisadores. Trabalhos de alunos de graduação também são aceitos, desde que em coautoria com o orientador ou com pesquisador com título de doutor.

Para o número 12, os artigos devem ser enviados até 26 de outubro de 2018, sempre através do endereço: http://www.revistajangada.ufv.br (É necessário cadastrar-se como autor. Pedimos que todos os campos sejam preenchidos). O número tem publicação prevista para Agosto de 2018. Lembramos ainda que os autores devem observar as normas de publicação disponíveis no endereço: https://www.revistajangada.ufv.br/index.php/Jangada/about/submissions

 

Contamos com a ajuda de todos na divulgação dessa chamada. Aproveitamos para convidá-los a apreciar os números anteriores da revista, no endereço: http://www.revistajangada.ufv.br. E a “curtir” nossa página no Facebook®: https://www.facebook.com/revista.jangada/

Quaisquer dúvidas, escrevam para revistajangada@gmail.com !

Cordialmente,

Gracia Regina Gonçalves (UFV)
Isaías Carvalho (UESC-BA)

Editores deste número

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