Terça-feira, 23 de Abril de 2024
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Número especial da ESC - Educação, Sociedade & Culturas

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Chamada para artigos, Ciências da Educação

Número especial da ESC - Educação, Sociedade & Culturas
Submissão até 31 de outubro de 2016

Entre Paris e PISA: 200 anos do Esquisse et vues préliminaires d’un ouvrage sur l’éducation comparée de Marc-Antoine Jullien de Paris: Abordagens históricas da Educação Comparada

Organizadores/as Convidados/as
Luís Grosso Correia, Universidade do Porto (Portugal)
Ana Isabel Madeira, Universidade de Lisboa (Portugal)
Marcelo Caruso, Universidade Humboldt, Berlim (Alemanha)

 

Nos 200 anos da publicação do primeiro ensaio de Educação Comparada por Marc-Antoine Jullien de Paris*, a Educação, Sociedade & Culturas, revista científica do CIIE – Centro de Investigação e Intervenção Educativas da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, dedica um número especial (a publicar em 2017) ao tema abordagens históricas da educação comparada.

Na definição e construção das sociedades ocidentais de base liberal, a educação de massas foi usualmente considerada como uma capacidade de leitura, escrita e cálculo que geraria efeitos nas técnicas de cognição dos indivíduos e, consequentemente, em resultados do ponto de vista político, económico, cultural e tecnológico. Na época contemporânea, o Estado-Nação assumirá, no quadro do contrato social com os cidadãos, o principal papel e responsabilidade na implementação de políticas públicas de educação (escolaridade obrigatória, básica, secundária, profissional, segundo modalidades formais e não-formais), replicando e retraduzindo, a nível nacional, um modelo de governança (comum aos estados europeus ou ocidentais), assente numa “maquinaria” pedagógica, profissional, técnica e administrativa da educação (financiamento público; supervisão, inspeção e regulação oficial; formação profissional de professores; currículos, programas escolares, avaliação, exames e diplomas; tecnologias, recursos e métodos pedagógicos renovados; etc.), regularmente “afinada” segundo as conjunturas político-educativas nacionais e internacionais.

A cooperação internacional emergiu como elemento central desde os primeiros esforços científicos de educação comparada. Esta preocupação foi particularmente enfatizada no ensaio de Marc-Antoine Jullien de Paris editado em 1817, exortando os intelectuais europeus a recolher, organizar e divulgar dados sobre os diferentes sistemas educativos, e linha de estudo que tem acompanhado o desenvolvimento da disciplina de Educação Comparada. As tecnologias educativas e estudos exibidos nas exposições universais (especialmente a partir da de Paris, em 1867), assim como a fundação do Bureau International des Écoles Nouvelles por Adolphe Ferrière, em Genebra, em 1894, os estudos norte-americanos sobre outros sistemas educativos nacionais após a I Grande Guerra, a circulação de revistas especializadas desde a década de 1920 (por exemplo, o Educational Yearbook do Teachers College, Universidade de Columbia, entre 1924 e 1944), a criação de organização intergovernamentais como o Bureau International d’Éducation, em Genebra, em 1925, a UNESCO sob a égide da Organização das Nações Unidas, em 1945, ou a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), em 1961, reforçaram o campo disciplinar da educação comparada quando perspetivado na longa duração.

António Nóvoa afirmou que a Educação Comparada é, na sua raiz, um estudo sobre o Outro. Na mesma linha, Jürgen Schriewer refere que o estudo da alteridade nunca perdeu o valor, função e foco autorreferenciado. Este estudo sobre a alteridade em educação foi, segundo os mesmos autores, desenvolvido de acordo com diferentes perspetivas e conjunturas teóricas, metodológicas e históricas (conhecer, compreender, construir e medir o Outro) e/ou como um modo cognitivo de governança, do qual derivam confrontos igualmente cognitivos (teóricos, metodológicos e políticos), conduzido por discursos, modelos e atores transnacionais.

Entre o ensaio de Marc-Antoine Jullien de Paris e, por exemplo, os mais recentes resultados do Program for International Student Assessment (PISA), implementado pela OCDE a partir de 2000, uma grande variedade de teorias, métodos, abordagens, objetos e tecnologias, convencionais ou críticos, tem sido desenvolvida no campo da Educação Comparada. Neste sentido, a Educação, Sociedade & Culturas convida à apresentação de propostas de artigos sobre diferentes histórias de educação comparada e a sua interconexão com a internacionalização de modelos educativos nas seguintes línguas: Francês, Espanhol/Castelhano, Inglês e Português.

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* Esquisse et vues préliminaires d’un ouvrage sur l’éducation comparée entrepris d’abord pour les vingt-deux cantons de la Suisse et pour quelques parties de l’Allemagne; susceptible d’être exécuté plus tard, d’après le même plan, pour tous les Etats d’Europe; et Modèle de tables comparatives d’observations, à l’usage des hommes qui, voulant se rendre compte de la situation actuelle de l’éducation et de l’instruction publique dans les différents pays d’Europe, seront disposés à concourir au travail d’ensemble dont on expose ici le plan et le but. Paris: L. Colas, 1817.

A Educação, Sociedade & Culturas (ESC) é uma revista académica com arbitragem científica, publicada pelo Centro de Investigação e Intervenção Educativas (CIIE) da Universidade do Porto.

Mais informações:
CIIE – Centro de Investigação e Intervenção Educativas | Centre for Research and Intervention in Education
Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação | Faculty of Psychology and Education Sciences
Universidade do Porto | University of Porto
Rua Alfredo Allen,
4200-135 Porto – Portugal
+351 220 400 636
ciie_edicoes@fpce.up.pt / rita@fpce.up.pt
www.fpce.up.pt/ciie

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