Na próxima sexta-feira, dia 28/11, às 10h, será lançada a reedição crítica do Dicionário geográfico, histórico e descritivo do Império do Brasil, do militar francês Milliet de Saint-Adolphe, na Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro. Para participar do lançamento é necessária a confirmação de presença pelo e-mail: eventos@ipea.gov.br.
 
No evento, participarão da mesa de abertura Sergei Soares, presidente do Ipea, Marilena Chaves, presidente da Fundação João Pinheiro, e Manolo Florentino, presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa. Logo depois apresentam os destaques da reedição da obra Maria Marta Araújo, historiadora da FJP e coordenadora do projeto, Renato Pinto Venâncio, historiador e professor da UFMG, e Maria do Carmo Andrade Gomes, historiadora da FJP. Às 11h20, está previsto coquetel com distribuição de exemplares.
 
Dicionário Saint-Adolphe
 
A reedição da obra é um trabalho realizado pela Fundação João Pinheiro (FJP) em parceria com o Ipea. Escrito durante 26 anos de residência do autor em território nacional e editado em 1845, o Dicionário geográfico, histórico e descritivo do Império do Brasil foi uma das primeiras obras a ultrapassar o recorte provincial e oferecer uma descrição geral e circunstanciada de todo o Império, conforme remarca o tradutor e colaborador da obra, Caetano Lopes de Moura.
 
No dicionário, é possível encontrar informações curiosas sobre povoados de estados em meados do século 19 e detalhes sobre sua fundação ou características daquela época, assim como traçar relações históricas entre as comunidades do passado e as atuais povoações brasileiras.
 
De forma ambiciosa, Saint-Adolphe se propôs a fornecer um panorama do estágio de desenvolvimento de cada província, cidade, vila e aldeia do país, destacando seus aspectos históricos, dados de população, comércio, indústria, agricultura e mineração. No âmbito da geografia, traz o nome e a descrição dos rios, lagoas, serras e montes, dedicando especial atenção, no caso das aglomerações urbanas, aos estabelecimentos escolares e setores produtivos. É, além disso, um verdadeiro guia de viagem, com informações detalhadas sobre as condições de navegabilidade dos rios e dos principais caminhos e estradas.
 
Esta nova edição traz uma atualização toponímica das principais aglomerações urbanas do século XIX, sendo para isso utilizadas as bases de dados e informações históricas dos municípios brasileiros do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e outras fontes complementares.
 
Dentro dos padrões editoriais adotados pelo Ipea e pela Fundação João Pinheiro, em sua renomada Coleção Mineiriana, o Dicionário de Milliet de Saint-Adolphe teve sua ortografia atualizada e foi acrescido de índices que facilitam bastante a sua consulta: como o de topônimos atualizados, de nomes e personagens históricos citados pelo autor e o índice dos verbetes agrupados por província.
 
A obra conta ainda com dois estudos introdutórios de historiadores brasileiros, o primeiro de autoria de Renato Pinto Venâncio, que busca desvendar alguns aspectos da vida nebulosa de Milliet de Saint-Adolphe e do processo de escrita e construção do dicionário. O segundo, de Maria do Carmo Andrade Gomes, trata da documentação cartográfica que consta da obra: um mapa geral do Brasil e cinco planos de cidades e portos brasileiros. A análise dessas representações vem acompanhada de breve panorama da situação geopolítica e da produção cartográfica do período, elemento essencial para compreensão das motivações que levaram à inserção destes mapeamentos no âmbito do Dicionário.
 
Lançamento da reedição crítica do Dicionário geográfico, histórico e descritivo do Império do Brasil
Local: Fundação Casa de Rui Barbosa (R. São Clemente, 134 - Botafogo, Rio de Janeiro)
Dia: 28/11, sexta-feira
Horário: 10h
 
Ipea
http://purl.pt/1716