Sexta-feira, 29 de Março de 2024
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Género, educação e cidadania: conhecimento, ausências e (in)visibilidades

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Chamada para artigos, Ciências da Educação, Ciências Humanas e Sociais, Didática, Educação, Género

A Revista ex æquo, da Associação Portuguesa de Estudos sobre as Mulheres [APEM) seleciona artigos para sua edição de número 36 que tem como tema Género, educação e cidadania: conhecimento, ausências e (in)visibilidades. A data limite para as submissões é o 15 de maio de 2017.

Eixo temático

A integração da igualdade entre mulheres e homens como um dos eixos estruturantes do sistema educativo, da educação de infância ao ensino pós-graduado, permanece um imperativo dos países europeus, apesar das diferenças nas políticas nacionais e o maior ou menor sucesso das iniciativas políticas de mainstreaming de género na educação. Estas têm naturalmente de abranger a formação, inicial e contínua, de profissionais de educação e implicam alterações profundas, quer no modo como as instituições educativas e de ensino cumprem a sua missão, quer na cultura organizacional que as carateriza, exigindo a renovação das suas relações de parceria com os diferentes stakeholders. É no quadro da educação para a cidadania das novas gerações, uma das atuais prioridades dos sistemas educativos e das próprias políticas, que Madeleine Arnout (2009) questiona o modo como a integração das temáticas de género responde aos desafios que, no século XXI, a globalização e uma nova visão holística dos direitos humanos têm vindo a colocar à democracia.

Este dossier temático da revista ex æquo nº 36 pretende convocar diferentes abordagens sobre as relações entre as questões de género, as diferentes modalidades de educação e as variadas formas de experienciar e exercer direitos e deveres subjacentes a uma conceção plural de cidadania. Importa trazer para o debate perspetivas sobre práticas, espaços e agentes educativos que promovam a valorização, de igual forma, junto de mulheres e homens, das dimensões pública e privada da vida humana e a utilização partilhada e equilibrada, por elas e por eles, do tempo, do espaço e dos recursos disponíveis. Perante os desafios colocados por problemas emergentes dos nossos dias, complexificados pela intersecção de identidades e pertenças de indivíduos e grupos, torna-se premente que os sistemas educativos, os curricula da formação inicial e contínua de docentes e as políticas que regulam o domínio setorial da educação sejam capazes de dar respostas cabais às necessidades reais das pessoas (European Commission 2016).

O apelo a contributos para este dossier temático convida à submissão de artigos de natureza teórica ou empírica de investigadores/as nacionais e internacionais, das diferentes áreas disciplinares direta ou indiretamente implicadas nas reflexões sobre o papel da educação, entendida, em sentido lato, como especificidade humana e como um “ato de intervenção no mundo”, fazendo uso das palavras de Paulo Freire (2000, 22). Serão muito bem-vindos trabalhos de investigação norteados por perspetivas feministas, no quadro dos estudos de género e estudos sobre as mulheres, em qualquer área do saber, de cariz disciplinar, interdisciplinar ou multidisciplinar.

Partindo de perspetivas construcionistas sobre a forma como as dinâmicas de género são negociadas nas relações sociais, sugere-se que sejam trazidos para o debate temas praticamente omissos da agenda da chamada ciência mainstreaming, assim como problemáticas habitualmente secundarizadas nas diversas áreas científicas, fruto da utilização de métodos de investigação tradicionais, de inspiração positivista (Järviluoma, Moisala and Vilkko 2003).

Não esgotando o leque de temas possíveis, sugerem-se os seguintes eixos temáticos:

  • O lugar das questões de género na educação formal, da escolaridade obrigatória ao ensino pós-secundário: ambientes, interações pessoais e coletivas, dinâmicas organizacionais, utilização dos recursos.
  • Género e cidadania: o papel do conhecimento científico na promoção da igualdade social entre mulheres e homens.
  • Género, ciência e cultura académica: androcentrismo, cânones e saberes instituídos.
  • Género e currículo em diferentes ciclos do sistema educativo: (in)coerências e divergências/convergências entre discursos e práticas educativas.
  • Representações de género, hegemonias e diversidades: aprendizagens de subordinação e aprendizagens de domínio.
  • Do sucesso escolar ao sucesso educativo e ao sucesso social de raparigas e rapazes.
  • Paradigmas masculinos e paradigmas femininos na educação escolar: centralidades e marginalidades.
  • Entre os mundos virtual e real: novos espaços informais e relações sociais de género.
  • Problemáticas de género na formação inicial e contínua de docentes: o papel das instituições de ensino superior;
  • Género e formação contínua de docentes: parcerias locais e dinâmicas regionais;
  • Relações de género, educação e capacitação de pessoas ou grupos em situações de vulnerabilidade (ex., mulheres idosas com baixos níveis de literacia; mulheres ou homens migrantes; pessoas com deficiência e/ou necessidades educativas especiais).
  • Género e transversalidade disciplinar: saberes disciplinares e competências transversais na formação de profissionais de educação.

Organizadoras

  • Cristina C. Vieira (Universidade de Coimbra),
  • Teresa Alvarez (Universidade Aberta)
  • Joanna Ostrouch-Kaminska  (Universidade de Mazury e Warmia em Olsztyn), 

Mais informações no site da revista ex æquo e através do e-mail apem1991@gmail.com.

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