Dossiê Geografia do Tempo: Narrativas e Temporalidades do Sul Global
Início: ⋅ Fim: ⋅ Data de abertura: ⋅ Data de encerramento: ⋅ Países: Brasil
Chamada para artigos, Ciências Humanas e Sociais, Comunicação, Cultura
A Revista Contracampo, do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM) da Universidade Federal Fluminense (UFF), (ISSN: 2238-2577, Qualis B1), está com chamada aberta para sua segunda edição de 2017 (vol. 36 n. 2), que trará o dossiê intitulado "Geografia do Tempo: Narrativas e Temporalidades do Sul Global". O prazo final para submissão será até 1º de Maio de 2017.
Geografia do Tempo: Narrativas e Temporalidades do Sul Global
Os regimes de temporalidade no chamado “Sul Global” são marcados por encontros conflituosos entre o tempo da globalização econômica e as práticas culturais locais, onde o tempo vivido é incorporado. A atual dinâmica que envolve os processos globalizatórios e seu acelerado fluxo de pessoas, mercadorias, finanças e conteúdo midiático têm profundo impacto no modo como o tempo estrutura a vida no Sul Global, como ele é experimentado e como operam suas construções de sentido.
Como a teoria cultural aponta, as temporalidades no Sul Global não podem ser entendidas simplesmente como a implementação do tempo homogêneo do capitalismo nem como uma “alocronia”, o que seria a ideia de um atraso temporal do Sul em relação ao pulso da modernização tecnológica. Em vez disso, podemos descrever esse processo como complexo e independente, de “heterogeneidade multitemporal” (Néstor García Canclini), um “tempo desniveladamente denso” do pós-colonialismo (Partha Chatterjee) ou em termos de uma emaranhada “geografia do tempo” (Achile Mbembe). Assim, regimes de tempo no Sul oscilam entre o tradicionalismo e a era digital, entre o longue durée da colonialidade (Quijano) e o tempo da modernidade líquida (Bauman), entre a precariedade da economia informal e o trabalho (pós-)industrualizado.
Neste dossiê, a Contracampo concentra a atenção na imagem, na mídia, nos processos comunicacionais e na literatura, refletindo criticamente sobre esses complexos regimes de tempo e seus impactos na sociedade. Como eles revelam estruturas de poder de temporalidade no Sul e indicam localizações culturais e políticas de onde surgem as resistências aos regimes do tempo globalizado? Como os sujeitos lidam com as mudanças temporais e transições de heterogeneidade multitemporal na vida diária? Como a memória e a historicidade se articulam nesse contexto e como conceitos autóctones de tempo oferecem resiliência contra essas dinâmicas? Não obstante a centralidade da discussão em torno da ideia de temporalidades, trabalhos que abordem questões outras relacionadas ao Sul Global, a partir de uma perspectiva comunicacional, também poderão ser submetidos ao dossiê. E permanecerá aberto o fluxo contínuo para seções de temáticas livres.
Editores convidados: Fernando Resende (UFF) e Sebastian Thies (Universität Tübingen)
Mais informações na página da Revista Contracampo.