Domingo, 28 de Abril de 2024
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Chamada para submissão de artigos: dossiê “50 anos da Revolução dos Cravos”

Data de abertura: Data de encerramento: Países: Brasil

Chamada para artigos, Estudos Luso-Afro-Brasileiros, Literatura

Dossiê: 50 anos da Revolução dos Cravos: acontecimento, testemunho e narrativa

Organização:

Alexandre Montaury (PUC-Rio)

Ângela Beatriz de Carvalho Faria (UFRJ)

Sara Grünhagen (Sorbonne Nouvelle/Universidade de Coimbra)

 

“Qual a cor da liberdade? / É verde, verde e vermelha”, escrevia Jorge de Sena em meio ao júbilo que se seguiu à Revolução dos Cravos, quase duas décadas depois de ter expressado, em “Quem a tem” (1956), o seu anseio em viver o bastante para experienciar o sentido daquela palavra no seu país de origem.

Para os de perto e os de longe, no espaço e no tempo, o 25 de abril de 1974 foi um acontecimento: algo a que não se pode ficar indiferente, um dia lembrado em detalhes por aqueles que o viveram, um dia poética e narrativamente revisitado, sob perspectivas variadas e em diferentes momentos, por testemunhas diretas e indiretas.

Os exemplos são muitos, alguns bastante conhecidos, como a celebração daquele “dia inicial inteiro e limpo” presente nos versos de Sophia de Mello Breyner Andresen, onde, ainda hoje, na poesia, “livres habitamos a substância do tempo”; como a canção de Chico Buarque, por “tanto mar” separado da festa, mas contente com ela e, de certa forma, disposto a plantar cravos em seu próprio país; como outras reflexões poéticas assinadas pelo já citado Jorge de Sena, a lembrar, por exemplo, que “quem te amar, ó liberdade, tem de amar com paciência”; como também as narrativas ficcionais construídas em torno daquele e de outros dias “levantados e principais” a ele relacionados, e que foram recriados e problematizados por escritores como José Saramago (A noite, Levantado do chão), Lídia Jorge (O dia dos prodígios, Os memoráveis), Helder Macedo (Pedro e Paula), Dulce Maria Cardoso (O retorno), entre tantos outros.

Diante desse cenário poético-narrativo amplo e variado, e em comemoração aos cinquenta anos daquele acontecimento, que continua a estimular uma série de produções ficcionais e ensaísticas, a Cátedra Jorge de Sena e a revista Metamorfoses convidam investigadores dos estudos luso-afro-brasileiros a submeter propostas de artigo subordinadas ao tema “50 anos da Revolução dos Cravos: acontecimento, testemunho e narrativa”. Trata-se, portanto, de aprofundar um debate, já bastante desenvolvido, sobre a produção em torno do 25 de abril a partir de três eixos e noções interdisciplinares, que concernem, naturalmente, as literaturas e culturas dos países de língua portuguesa, mas também a Sociologia, a História, a Filosofia, os Estudos Narrativos e Mediáticos etc.

As normas para publicação encontram-se na página da revista, e a data limite para o envio de artigos é o dia 15 de fevereiro de 2024

Recordamos que a revista Metamorfoses recebe, em fluxo contínuo, resenhas de livros (de livre escolha) publicados nos dois últimos anos.

Imagem: Henrique Matos, CC BY-SA 1.0, via Wikimedia Commons

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