Terça-feira, 19 de Março de 2024
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Chamada para publicação da História – Revista da FLUP | Dossiê temático: O(s) tempo(s)

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Chamada para artigos, História

Chamada para artigos

História – Revista da FLUP - número 8 – 1º semestre, iv série, 2018
Dossiê temático: O(s) tempo(s)

Data limite de submissão: 5 de março de 2018
 

Coordenadores: Inês Amorim, Sara Pinto, Luís Pedro Silva

Data limite de submissão: 5 de março de 2018
 

História – Revista da FLUP convida à submissão de artigos para publicação num número especial, que pretende explorar os múltiplos significados da palavra tempo, urdindo uma trama com efeito caleidoscópico, à luz de uma panóplia de possibilidades de abordagens, tais como: tempo/memória, tradição e identidade; tempo/trabalho e negócios; tempo/distância; tempo/lazer; tempo/ciência, técnica e tecnologia; tempo/património; tempo/clima e meteorologia; etc..

Com efeito, o tempo histórico, relacionado com as mudanças da sociedade, parece situar-se entre a eternidade (datável) e a imortalidade (sem tempo). De tempo estático a tempo linear, foi-se concebendo o explicativo e um desejo de futuro, enquanto ideia de progresso, visão que conduziu a uma classificação da periodicidade da História. Uma escrita cumulativa surge como comprovativo do passado, numa construção que, com Voltaire, se tornava explicativa de causas, elos e decorrências. Até que os tempos da História se desdobram em ciclos, inter-ciclos, seculares e plurisseculares; ritmos de longa duração ou estruturas, a média duração das conjunturas e os pequenos ciclos, ou o tempo de curta duração ligado ao evento.

Realidade complexa, que obriga a adaptações, sobretudo quando hoje, cada vez mais, o paradigma informacional e a sociedade em rede induzem a uma perturbação na ordem sequencial do fenómeno sucedido, numa compressão do tempo. De alguma forma, os movimentos de conservação de património resultam, conscientemente, ou inconscientemente, desta tendência para o fim da continuidade geracional, entre a busca pelo controlo do espaço (reação defensiva) e a busca pelo controlo do tempo (na preservação da natureza para as futuras gerações).

Por seu lado, a valorização do tempo traduziu-se no surgimento dos tempos sociais, na transformação do tempo de trabalho e do tempo de descanso, ou a liberdade de usar o tempo, nas suas variáveis: do calendário sagrado, entre devoções e tempos litúrgicos, ao tempo das comemorações políticas e de reivindicações sociais de um calendário social de lazer.

A medição do tempo assumiu múltiplas roupagens, num progressivo movimento de ciclos, dia e noite, estações do ano, numa configuração humana, mecânica e, hoje, atómica, de frações de segundo. A História da medição do tempo é a procura da normalização e das convenções, embora se intua que o processo de substituição dos campanários, dos sinos e dos relógios nos situe no domínio das alterações das paisagens sonoras e da cultura do sensível, de representação social.

Atira-nos para uma outra dimensão, incontornável, quando na Idade Média se condenam os mercadores porque os seus ganhos significavam uma hipoteca sobre o tempo que se entendia como pertencente a Deus, pois que toda a atividade mercantil assentava sobre a antecipação de ganhos que dependiam da variante tempo – acumulação face à previsão de fomes, compra e venda em conjunturas favoráveis. A elaboração teórica ao nível canónico e teológico adaptou-se muito lentamente às mudanças do mundo em termos de práticas económicas, tanto mais que as infraestruturas parecem ampliar os ganhos em tempo. O tempo do mercador acelera-se quando ele ganha ao colocar os seus capitais a juros, numa ambivalente e chocante novidade que se amplia, até hoje, em ganhos, por vezes, sem rasto.

Mas o tempo é, igualmente, o momento atmosférico, é o estado do clima e das estações do ano, continuando a ser uma configuração de perceções do tempo que, cada vez mais, se quer controlar, medir e perceber, para antecipar os seus extremos. A frequência e a intensidade desses fenómenos naturais serão, tendencialmente, registadas, de um modo que se quer cientificamente conduzido. Contudo, o registo contém conjuntos de dados muito mais amplos para a avaliação das respostas culturais e sociais, tendo em consideração o antes e o depois de um evento, nomeadamente os desastres, em que a memória surge como um elemento fundamental reconstituinte desse evento extremo, em cada tempo.

Instruções para autores


Revista da Faculdade de Letras do Porto - História foi fundada em 1970 e é editada com periodicidade anual desde 1984.

A Revista iniciou em 2011 uma nova série editorial, a IV, adaptando a sua designação original (História – Revista da FLUP) e prosseguindo, em novos moldes, a sua missão de apoio à inovação e divulgação científica em matéria de estudos historiográficos.

Em 2017, deu-se início à publicação da História - Revista da FLUP com periodicidade semestral e exclusivamente em formato online. Os artigos publicados são submetidos a um processo de arbitragem científica, a cargo de especialistas portugueses e estrangeiros.

Revista de História da FLUP publica artigos em quatro línguas: português, espanhol, francês e inglês.

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